sexta-feira, 28 de dezembro de 2007

Feliz Novo!

Receba com alegria
sonhe e sinta a magia.

Relógio não marca sentimento.
Calendário marca tão pouco!
Tempo anda louco.
Um feliz agora, feliz seja este momento!

Desejo um novo ano novo!
Meses novos, dias novos;
semanas novas, horas novas;
minutos novos e segundos novos!

Faça o tributo:
Viva! A eternidade de um segundo!
Viva! Esse agora que sempre dura!
Para além de tramas passadas
e para além de tramas futuras!

quinta-feira, 27 de dezembro de 2007

Depois de um certo agora.

Surge de dentro de nuvens de solos distorcidos.
É o passado o presente e futuro confundindo
É como loucura desabrochando.
É a não consolidação do hino.
É como se tudo estivesse desistindo.
Mas esta modificando
um mundo entorpecido.

Depois que um certo agora tiver ido
e a mutação tiver-se consolidado...
Eras substituem eras,
agora o moderno é coisa do passado,
um novo terno já foi inventado
para enfeitar as feras.
Feras que os instintos têm percorrido.

Não é a simples divulgação de novos ídolos.
Não é uma nova publicidade
para uma encenável evolução...
Não é temporal e material como a realidade.
Não, não consigo definir na verdade...
Acredito que a eterna busca é solução
e que a criação deve esculpi-lo!

Devo ignorar?
Estamos vivendo uma grande mudança?
Sempre estamos?
Ao abrir as portas da percepção
veja um artista escrever um livro
que será emoldurado de pós-moderno.
Adiante outro pari uma obra pós-pós moderna!

Será tudo nomeado e teorizado?
Será para a próxima geração transcende
a era que vamos esculpir?
Uma era além dos mitos!
Além de virgens idealizadas e esquecidas...
Depois que um certo agora tiver ido
Tudo será novamente esculpido!

O Casório

Ela vem de branco.
A guerra a conduz ao seu amado.
Ele de vermelho espera...
Sempre ao lado da liberdade
Tão cheios de paixão!
A união é sem cerimônia.
É a própria festa! Êxtase!

Não tem hora pra começar,
nem tem pra acabar.
A união é linda;
Sem início e sem fim.
Sem fronteiras e sem abismos.

O sol surge e se vai
A lua se mostra e se esconde
A chuva molha e cessa
Tudo tão rápido e lento...

O céu é o nascer e o por de astros
entre psicodélicas nuvens...
Nuvens coloridas de sol e lua
O som é da orquestra natural.

A paz filha da guerra
O amor acompanhado pela liberdade
Casam-se em infinitos arco-íris
Que venham os filhos!

segunda-feira, 24 de dezembro de 2007

Medo e Delírio

Quando dormir
que a noite volte assustadora!
Por agora vou vislumbrar o sol;
sentir o batom da lua em meus lábios secos.

É noite em claro,
é alimento aos excessos.
Sou o experimento,
Expresso-me!

Sentir prazer.
Sentir prazer em ser o prazer.
Saber o ser.

Busco uma nova emoção!
Dou bom dia ao sol tremulo!
Um sol de labuta recheado de lua.
De lua de rock´n´roll e vadias nuas!
Como em um sonho bom que eu poderia ter tido;
além de mais uma noite dormindo.
Lua calorosa, sol ofuscante!
Noite e dia maravilhosos!

Asas da Imaginação

Decolou vôo e foi...
Foi tão alto, foi tão longe!
Nunca mais voltou ao chão.

As asas levam para além dos paraísos
Levam para além dos infernos...
Voam mais altas e mais baixo que o platonismo

Lá onde ele encena o personagem “eu”;
encena personagens seus;
encena personagens meus.
Tenta voar para além do eu.
Porém o vôo é seu e é meu
O vôo sou eu

E por ai vai! As asas vão levando...

Eu?

Quem você pensa que é?
Eu sou eu...
Como se atreve a me simplificar a isso?
Desculpa. Não estou entendendo.
Como você é um simples “sou eu”?
Uái sou sim! Eu sou eu.
Então eu sou um trivial eu?

Reviravolta

Acelerado, cuspindo idéias.
Anuviado, alterado, pensando

Reduzido, digerindo idéias
Anuviado, alterado, pensando

Centrado, cuspindo, digerindo
Anuviado, alterado, pensando

Hora feliz

Um isqueiro,
um copo ao meio,
um cinzeiro cheio.
Isqueiros, copos e cinzeiros:
Risadas...

Depressão

Garota, feliz garota,
Olhos negros vêem cor de rosa.
Seu mundo era perfeito quando comparava;
quando o idealiza sobre o mundo doutas garotas

Garota doce garota!
Que susto levou diante das cores

Ela se enfeita!
Linda, louva cadáveres divinos
e senta-se em divans
Sem ouvir as infinitas cores dentro de si;
camélia de tentativas vans...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Eulírico Silva

Olha esse personagem meu:
“Foda-se eu! Só escrevo sobre coisas”.
Mais minha mão que o descreveu,
é pensamento meu...
como me livrar do eu?

Hino Nacional

Cantar livre como um pássaro;
livre de nacionalismos, unido em um só planeta;
livre de moralismos, unido por algo naturalmente comum;
Cantar por amor, livre do simples nacionalismo;

Não me levanto durante hinos.
É como um grito de raiva,
grito de posse. É grito de torcida contra juiz!
Me cento, calado e penso...

Quem me vê, não está atento,
canta mais não esta por dentro...
O que diz a canção loro?
“Foda-se! O que importa é o timão”.
“Foda-se! O que importa é o timão”.
“Foda-se! O que importa é o timão”.

Estou por fora do que diz a canção.
Cento, não me orgulho em vão...
O que realmente é nação?
É som antes de jogos?
É obrigação nas escolas?
É devoção nos quartéis?
É alienação do povo?
É separação do mundo?
É o início das subdivisões?
É o que existe para imaginar;
para imaginar uma união cheia de fronteiras?

sábado, 10 de novembro de 2007

Para o Agora

Pensando em outras coisas e não distraído;
vivo fundido sons, odores e paisagens.
Entre o desligado e o ativoimagino outras mensagens...

E eles saem pelo portão.
Como capim ao vento no final de uma planície ensolarada,
choram e sorriem e se rebaixam diante da jornada.
Saem como um corpo de multidão...

E o individuo é dependente do olhar esculpido!
Vão para suas poltronas diante do ideal da idealização.
Sonhos de consumo onde o ego faz pulsar a ilusão
de um carnaval comercial e descolorido...

Fiz uma curva de noventa graus,
atropelei cadáveres eternos.
Comi o meu bem e meu mal
num banquete além do céu e do inferno.

quinta-feira, 8 de novembro de 2007

Velhos do Interior

Homens “inda” vivos!
Caricaturas de fotos antigas;
de antes de perdermos a noção do declínio.
De quando o interior não ardia em vícios!

Há algumas estações atrás...
Onde o alimento não era velado em conserva.
Antes de o tóxico substituir a merda!
Quando pura era toda terra, carne, fruta e erva!

Quando?
De um mundo outro, donde emanam iguais que avisam.
Resmungam até ficarem roucos,
até os tolos os tacharem de loucos.
Enquanto são poucos os que seus dizeres ruminam...

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Caminhada no Inferno

Caminhei num sonho!
E apezar dos meus passos,
a paisagem que ia para traz.
Caminhei a passos rasos.

Tudo negro avermelhado,
arco ires infernal;
ocupa todo o céu:
É larva: Todo o tudo!

Não existe medo ou dor!
Caminho até um belo trono.
Nele repousa um homem,
um deus ocioso cercado de súditos.

Então ele amedronta e tenta;
eu olho tudo e penso:
“Pelo amor da natureza,que sonho mais besta”
Então ele se irrita, assusta e grita.

Um grito tão forte;fui jogado de costas!
E a paisagem vai pra frente! Vôo de costas!
Velocidade alucinante;
lançado para longe: Longe desse sonho inocente.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Seca

Penso desligado,
ando num mundo e sem religião.

Como ter fé absoluta?
Como negar todas as outras?
Negando todas!

Viajo no mundo!
Nos pesadelos chamo por deus.
Nos sonhos encaro o diabo.

Acordo e vejo dois conceitos encravados;
numa moral seca estão enraizados!

Estranhas

As pessoas são estranhas,
todos são estranhos
Eu sou estranho,
Sou até as entranhas!

Rostos sem expressão,
escondidos atrás de maquiagens.
Olhos que enxergam apenas a imagem,
preferem machucar o coração!

Não quero acreditar mais tudo não cala.
Discussões e brigas no casarão.
Festejos mágicos na senzala.
As crianças assistem tudo do porão!

Pegadas ao Vento

Olho pra trás...Olho pra trás...
Tento achar as pegadas que deixei...
Olho pra trás e vejo a poeira subindo com o ar;
é o vento levando a minha história.
Ando só, no meu caminho comigo mesmo...
Eu não tenho herdeiros.
Eu herdei a solidão por quase todos os dias.
Eu não sinto falta de um aperto de mão,
mas eu sinto falta de não ter caminhado pela lua.
Sinto falta de não ver meus passos sobre o mar,
e o que me resta é imaginar,
o vento levando a poeira de minhas pegadas ao mar.
Mas o mesmo vento que apaga minha história
é o que me leva a uma nova história,
a um novo lugar sem ninguém a minha espera
ou ninguém que irá sentir saudades de mim quando eu parti.

em parceria com Marcelo Oliver

domingo, 4 de novembro de 2007

Sacrifício

Bem no meio da testa,
Uma marretada certeira...
Mato-o rápido e
Volto a existir.

Sinto sede,
a garganta seca...
Afogo-o.
Respiro!

Sinto fome,
O estômago aperta...
Como-o.
Sacio-me!

Sinto frio,
O idealizado desmorona...
Queimo-o.
Não paro de sorrir!

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

A criança

Bela e um tanto mais próxima da liberdade!
Tanto esse, que pode esvair.
Observa o consumo, a vaidade, a insanidade.
Vai aprendendo a mentir!

Vai ouvindo respostas
com expressões bélicas.
Vai ouvindo a verdade absoluta
e perdendo sua verdade bela.

Na terra onde prazeres são mascarados,
ela se perde em uma neblina de medo.

É figurante em um filme sem enredo,
num mundo de pensamentos confinados.

Passa a ter sonhos cerrados!
Onde nem uma gota de magia pode entra.

Ela fica longe da bondade
e aprende a se trair.
Assiste a diversão da maldade
e pensa em se divertir.

É refém das respostas
sussurradas sem cautela.
Torna-se escrava de uma luta
para entrar em uma cela.

Em bosques ela não pensa em adentra;
só o ar condicionado do desejo ela consome!

Tudo olha com sede e fome;
mas sente medo da chuva!

Ela aprende a idealiza.
E esquece de se imagina!

Além...

Num tempo distante, num lugar futuro!
Não sei onde, é lá que se imagina!
Imagina algo inominável, ao sul do nada!

Gritando no espaço!
Cheio de vácuo e som!
Múltiplas cores sem visão...
Quem dirá uma mera explicação?

Antes dos tijolos do universo,
depois dos limites donde pensa a multidão!
Além da expressão dos versos.
É menor e maior que o nada!
Quem se propõe a imaginar?

Paixão

Há tanta diferença;
e mais impossibilidades.
Muros ocidentais;
barreiras orientais.

Amor impossível.
Amor vivido.
Nada platônico.
Sim escondido!

Toques e beijos ardentes!
Néctar da flor rosa e quente,
Flechada certeira,
gemido atraente!
Agora uma só gente!
O meu desejo janta,
alimento minha caveira
e o animal do eu canta!

Nos olhos satisfação,
Sorrisos dançando!
Flor já desabrochada!
Desejo calado!
Prazer lascado!
Amor é tesão.
É cama alucinada,
é beijo ardente e lábios suados de paixão!

É o impossível acontecendo escondido.
É o imaginado e vivido.

Jovem Morena

Refém de uma aventura perene.
A sede morta a álcool,
a fome escondida atrás da loucura.
Vinte e quatro anos e esquecida!

Uma postura serena,
sorrisos ou caretas entorpecidos.
É mãe sem ter sido filha!
É gata da rua.

Esmola! Uma moeda por uma dose consolo!
É tudo que recebe de mãos beijadas.
É tudo que sempre recebeu de mãos beijadas.
Moedas para seus venenos que aliviam!

quinta-feira, 11 de outubro de 2007

O Sorriso da Imaginação.

Mais um dia, um dia comum!
Mais um dia, um dia algum!
Mais um dia, um dia nenhum!
Mais um dia, um dia um!
Um dia depois de outro,
um dia depois de um.

Um dia em vigília pós o outro,
um dia dormindo após algum.
Sonhos após outros.
Sonho e vigília até que morro.

Sonhos, e não são poucos!
Vigília ao dormir,
sonho em vigília!
Acordei em sonhos até recair.

Dentro de um templo de paz sem entrada.
Sonhei por imaginar!
Era um templo de paz sem muros!
Sonhei sem idealizar!

Rumo à loucura eu me aventuro,
vou até o profundo;
vale a pena arriscar,
vou especular afundo.

Dormir e acordar;
sonho sem desejo;
sonho acordado,
onde nada almejo!

Sonho nada idealizado!
Sonhos cada vez mais surreais!
Sonhos transviados,
nada, nada materiais

Sonho nada especificado!
As vezes sem entorpecer,
para com a loucura interagir.
Imaginando a um sorriso de enlouquecer;
não, não quero resistir!
quero vê-la sorrir!

Ao sétimo trago

Então sobe até a gente;
mostra que tudo mente!
Consciente e dormente?
Tanto faz! Tudo agente mente.

É sopro de outra percepção,
é fumaça na cabeça;
é visão, menos concentração!
Mais imagine. Mais esqueça.

É sonho onde posso escrever,
para depois ler!
O que cada rima quer cantar,
para a gente ruminar!

Jovens Velhos

Jovens velhos que tendem a envelhecer jovens,
jovens crianças em fase de adaptação...

Jovens melancólicos,
vestem luto!
Saltam do palco
sobre os braços dos amigos

Na peita figuras diabólicas.
Para a lua admiração, uivos.
Dançam como paranóicos,
solos altos e turvos.

Cheiram antigos talcos,
tempos curvos!
Psicodélicos e alucinógenos,
tempos turvos!

Jovens admiradores,
Do passado belo!
Curtem o bom e velho, usam-no como elo
para movimentos inovadores!

Guitarras, baixos e tambores,
gritando abaixo aos morais valores!

sábado, 6 de outubro de 2007

A Casa dos Meus Sonhos

Através de uma portinhola;
camuflada entre a decoração das paredes.
Onde de olhos fechados vedes;
e numa casa mágica tudo se desenrola.

É um sonho turvo e claro.
A música alucina!
O ar pira!
Todos rumo a loucura, é claro!

Felicidade dolorosa?
O bem estar é incomum.
Todos não entendem (e sem problema algum).
Então a estadia me parece proveitosa!

O grupo era ingênuo; inocente
Eu já estava acostumado;
a loucura eu já tinha questionado,
e eles estavam tão deslumbrados!

Eu abro meus olhos e escrevo o que tenho sonhado!
Expressão do inconsciente
Uma espécie de liberdade da mente!
Estive com o grupo que sou (no meu próprio conjugado)
Um sonho surreal, cheio de significado.

Por mim mesmo imaginado!
Criar por criar!
Expressar por expressar!
Tudo assimilado ao que eu faço acordado.

O Mestre do Sonho

Velho cartunista;
surge em sonhos
Desenhando leões risonhos!
Além da idade materialista,
Além do tempo do rebanho,
além do império consumista!

Sussurrou para o poder de expressão.
Advertiu sobre a ideologia,
expôs os danos da falta de magia;
ensinou as prisões da alienação!
Caminho pra fora da agonia
Mágico e sem superstição!

Contei, sonhando, sobre o encontro!
Mas não me ouvia, nem discutia,
outra coisa o conduzia.
Descia as escadas rolantes e ponto!
No sonho não coube mentira.
Então viro e com ouvidos atentos defronto!

A Ida

Na trilha para si mesmo
alguns passos já experimentei.
Grandes e largos passos a esmo!
Rumo ao fundo do horizonte sem medo
Realmente me arrisco!
Mas o passado, agora, não pode influenciar.
E o que não aconteceu não mostra onde estarei
rumo ao interior do bosque vou trilhar

Ao tempo não vou me curvar
é cousa inventada por nós mesmos;
mas dele, agora usufruirei
tentando compreender os contextos.
Dentro desse frágil eixo, consciente não me queixo!
Eita mundo controlado todo por leis!
Agora, no imaginário posso voar e não idealizar.
Para além de verdades absolutas me dei.

Para daqui quarentas anos

Quero guardar este pedaço de papel
até meus cinqüenta e sete anos.
Para me lembrar dos beijos,
sem nunca esquecer o mel.

Onde uma eternidade durava vinte segundos.
Quero, se sobreviver a vida,
estar ao lado de uma obra querida!
Que consumiu meu físico,
que engoliu meu além!
Imaginar meu além do aquém,
feliz e triste por respirar o meu ar

Compreensível;
Incompreensível;
incoerente;
incorrigível;
próprio individual!

Como um poema desestruturado
Rumo para além do meu bem e do meu mal
Fecho este carta defecando como um rei
refletindo em um trono pós tudo que já foi imaginado
Onde todo mundo é rei!
E todo mundo é criado!

O Prisioneiro

Foi Assim Que Me Senti Escrevendo Escondido na Labuta.
Minúsculo operário,
refém da hierarquia.
Demasiado humano na terra.
Continências; todos abaixo de alguém!
Não! Jamais um mercenário!
Nem existência tardia.
Sou o que sempre erra.
Sou aquele que arrepia.
Sou sujeira atrás do armário!
Sou aquém do aquém!
Estou engasgado na cela da serra!
Onde gritos não ecoam!
Onde as rimas não saem boas.

Não penso em certeza!
Muito menos em verdade vos digo.
Teço teorias!
Onde a certeza encerra!
Onde o chão é escorregadio

quarta-feira, 19 de setembro de 2007

Ateu! À toa?

Riqueza da gloria eterna, pobreza existencial.
Espera da vida depois da morte; banal!
A fé é para não precisar pensar
Renegar a matéria e aceitar a baderna!

A riqueza da glória é na natureza.
Pobreza é a eterna busca do ideal.
Nomear de deus o casual;
É jaula cheia de beleza, muita fraqueza!

Ó prisão platônica!
Ó pensamento tendencioso!
E o diabo é apenas deus ocioso!
São milênios de crenças cômicas:

Recompensas são dádivas
E desgraças são ensinamento.
Deus é criatura cruel em tormento,
Inventado por gente pálida:

Negadores do orgânico, inibidores do natural!
Proibidos de ver para além do bem e do mal. (da moral; do dual)
Temem tudo que é mágico.

Doutrina da recompensa
Ponha-me em uma fogueira!
Julgue-me não temer toda essa bobeira
É sempre assim com gente que pensa...
Que pensa fora da crença.

Então o misericordioso deus não perdoa;
Os que desacreditam desse papo a toa.
E que se foda!
Não! não tenho uma visão das mais atraentes (para os carentes!)

Não existem imagens;
Não existem instituições!
Nada de simplificações,
E nem confortantes mensagens ou miragens!

O mundo é livre interpretado
Sem em um tudo viver agarrado;
À uma verdade absoluta nunca serei sentenciado!
Qualquer fé no além sempre é e foi livre
Livremente convencionada!

terça-feira, 18 de setembro de 2007

O Vômito.

Digo no meio da multidão,
e sempre são os próximos que ouvem!
Ódio ou alegria, eles se comovem;
digo sorridente um palavrão!

Muitos julgam apenas como um ruído,
julgam como uma contradição,
enquanto vomito minha visão!
Para muitos, tudo sai pelo outro ouvido.

O intrigante é que não lhes tiro a razão,
e isso me abastece.
Encheria o ego, se fosse o que eu quisesse;
uma vez que ai enxergo a evolução.

Sou ovelha desgarrada do rebanho;
ovelha agarrada a si.
Sei que da natureza não posso fugir!
Para seguir sem medo medonho,

um outro animal que também não sabe onde ir!
A alegria é a busca,
a satisfação é ir a luta,
esse é o sentido do individual caminho a se seguir

Alguns próximos ruminam meus dizeres na mente.
Isso da força pra prosseguir com a obra;
trocando de pele assim como cobra.
Entre os que estão próximos, são poucos mas é o suficiente.

terça-feira, 24 de julho de 2007

Ácido Lisérgico

Tudo ao mesmo tempo!
Tudo no mesmo lugar!
Tudo há milênios!
Tudo e em tudos os lugares!

Enxerga o nada
o ofuscante medo e dúvida;
voa sobre a hipocrisia,
sinte o fedor do preconceito;
toque em veludos profundos de sons...

Transcendendo os sentidos;
o sentido dos quatro elementos!
Veja em ti além de fogo, terra, água e vento,
além de pecados e tormentos.

Veja em ti algo além do tempo,
além da alegria e sofrimento;
veja em ti além do ouro do crucifixo
veja além do próprio Cristo.

Livre-se das limitações da matéria;
da mecânica do tempo;
da dimensão do espaço;
do medo do fim;
da incerteza do início;
da limitação da fala;
da dependência dos símbolos;
das normas e estruturas sociais; livre-se!

E livre-se com sutil e nobre arte para que nada se livre de você!

Viva a intensidade de existência!
Viva a profundidade de importância!
Olhos da aparência...
Instinto além da moral,
percepção além do bem e do mal!

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Passos de Samba

Andar igual a todo mundo,
ter um certo único rumo.
Se tenho descompasso nos passos,
alguém me escore pelo braço.
Saber o que vai ser de mim daqui a 10 anos.
Uma vida para marchar, bater continências,
ser mais um fruto das exigências...

Mesmo que seja o inferno ou o paraíso,
eu to de boa disso!
Quero enxergar muito do mundo,
dançar em vários rumos,
quero passos de samba!
Não me segurem,
quem cai, é quem levanta.
Quero parecer flutuar,
andar na corda bamba!
Quero sentir medo de cair,
nunca de sentir.
Atravessar no ritmo do samba,
sempre deixando a dança fluir.

O Renascer do Futuro.

Não vamos perder as esperanças,
o futuro está pra nascer!
O sol não virá:
a noite fria sobre a terra reinará.
O céu será morto,
o ar carregado como o mal,
as plantas estarão secas,
os animais extintos.
Tudo no planeta padece,
para se livrar de uma espécie.
O presente cultiva o futuro.
A humanidade merece!

A poeira química vai baixar,
vamos ter esperança!
O futuro está pra renascer,
o sol vai iluminar!
As noites e dias voltarão a se alternar.
O céu puro ar limpo como o bem.
Plantas por todos os lados,
os animais serão selvagens,
lindos, puros e livres do amém!

Como não ficar pra cima?
A humanidade será banida,
a Terra estará livre, pura, linda e virgem.
Os estupradores da mãe serão punidos,
pelos próprios atos serão banidos.
De gora até o final de centenas de anos
pagaremos sendo sacrificados;
sacrificando nossos filhos;
os filhos de nossos filhos no amém!

Olhe Quem Olha.

Olhe o homem sem expressão
dentro de um terno,
engravatado de cobiça.
Olhe a mulher maquiada
com uma cirurgia,
intoxicada de beleza.
Eles não abrem as cortinas
não irrompem as portas.
Estão com a cabeça cheia,
estão formados na facção da fraqueza
é muita informação torta,
muita rotina.
Estão sedentos por consumismo,
Confinados ao medo,
escravos do idealismo.

Olhe a mulher sem expressão
dentro de um terno,
engravatada de cobiça.
Olhe homem maquiado com uma cirurgia,
intoxicado de beleza.
Estão sedentos por baixarias.

Olhe a criança olhando!

O Bairro

O carrinho de rolimãs desce a rua,
no boteco a vagabundagem toma uma.
Observo quieto alguém fardado sacar o berro.
Descem do carro assustados,
as armas estão apontadas,
os jovens com medo.
Mas não interessa este desfecho
e sim todo o contexto.
Alguns fogem da desigualdade,
disfarçando uma possível estupidez
trancados em seus aps.

E é normal ninguém achar estranho.
Não sou de longe daqui.
Sou de onde isto tudo seria visto com louvor e espanto.
É diferente de tudo antes visto,
é o futuro prometido.
Em cada esquina uma conversa,
em cada prosa um universo,
muitas diferenças,
muitas realidades e tudo em um único bairro.
Como um poema de um único verso.
Todos os néons apagados,
trabalhadores afobados!
Agora quando néons acesos!
Olhem! São os operários do cortejo.
Respeitem-nos! Além de trabalharem onde buscas a diversão,
eles dão a vida e não aceitam o pedido de perdão,
todos possuem reputação.
Doutor, padre, prostitutas, operário, político, vagabundo e ladrão,
todos contribuem pra manutenção, do mesmo modo de produção.

A noite é de céu prata,
com um leve tom avermelhado,
um manto cinza com manchas cores de tacho.
O dia é afobado, barulhento e calado.
Milhões caminhando sós no grande aglomerado de concreto,
muitos comércios, poucos empregos, carros por todos os lados
e ônibus superlotados. Todos parecem solitários.
E tem os moradores das vielas enrolados em jornais
passando sede, fome e frio enquanto tudo os atropela.

Museu de Novidades.

Se não sabe com que sonhar, pensa, porque, porque ir deitar? É rir sem respirar é ter que esquecer quem ama. A realidade tem privado os sonhos, não se engane, é uma era insana; mas não se conforme só aprende quem luta, não apenas os que ganham.

Continua com há milênios atrás. Por todos os cantos em todos os lugares tudo se repete até não poder mais. Poucos são os donos da situação, muitos vivem e mal, outros se calam e encolhem, alguns gritam e revoltam-se.

Como a séculos atrás. Por todos os cantos em todos os lugares. Paixões surgem e vão, amores passam e marcam, alguns ficam e crescem outros ficam e murcham.

A coisa não melhorou. A violência nos assassina enquanto violentamos nossa mãe! A semente do veneno esta num solo fértil. Muita desigualdade muita impunidade.

Desertos crescendo, manguezais destruídos, rios secando plantas e animais extintos. Pouca gente mostra-se consciente de que estamos em uma hera decadente, será que a consciência precisa estar no fundo do poço?

A Corrupção é real por real, é fato nossa comodidade, é fato consumado.
Assistimos CPIS calados como se fosse mais um seriado. Eles estão todos lá, falando a vocês antes de irem dormir, caricaturando seus sonhos¸ surgem uma vez a cada quatro anos, cheios de promessas malucas mais curtas que um sonho bom.

Antes de poder dormir com a mente nas estrelas pensando quanto isso tudo nos atinge. Pensando quando isso tudo nos atinge. E atinge quanto é verdade, sempre atingiu, em todas as eras, nas mais antigas sociedades.

Continua com há milênios atrás. Por todos os cantos em todos os lugares tudo se repete até não poder mais.

Estar Bem

É muito agradável ouvir, bom de mais comer, tudo é belo de se ver, tudo é revestido com veludo, é fácil sorrir.

Algo te deixa assim, um aniversário, um show dos Rolling Sotones, qualquer viagem, rir de bobagens, uma noite de sonhos bons, um grande abraço, um beijo em um irmão, armar alguém do fundo do coração.
Tomar todas com os amigos criticar o sistema e curtir muito rocão antigo. Tudo que te faça realmente sentir bem, indiferente do que tem, inerente no que você é.

Viva esse momento sem esquecer tudo aquilo que há de ruim. Os problemas, a labuta, as dívidas, os ladrões, o arrependimento, a culpa, a diferença social, as exclusões.

Divirta-se, será capaz de resolvê-los sim! Deseje felicidade, curta o som, participe do bate cabeça, balance os pensamentos.

Na hora em que imperar o ruim tem que pensar que faz parte do existir. E que sem a tristeza, a alegria não teria fim. Seria mesmice e ninguém ia resistir viver em um mundo aonde tudo sempre ia se repetir.

Formas de expressão.

Ser um político, alguém bem remunerado, ter um carro importado. Usar roupas da moda, cortar o cabelo, fazer um topete ou moicano, tatuar o corpo inteiro ou esquecer da existência do barbeiro.

Dançar, atuar, desenhar, jogar bola na rua, amar a lua, compor, rir à toa, saber que a vida é má e é boa.

Ir conhecer o mundo. Vivenciar tanto as noites como os dias, as tristezas e alegria, os impérios e a agonia, sonhar com liberdade, ser equilibrado, não discriminar e não ser descriminado.

Se apegar a fantasias e deixar ser absorvido pela narquia. Ser passado para traz e todo dia tropeçar na mesma guia. Ficar calado enquanto tudo continua errado!

Expressão! São muitas as formas. Algumas são diferentes, muitas contundentes, confundem e seduzem. É como a complexidade das notas musicais.

Como é que você se expressou seu Médice? Como é que você se expressou seu Hittler? Como é que você se expressou seu Marinho? Como é que você se expressou seu Carlos?

Se todos os caminhos te levaram a ser militar.Se todos os caminhos te levaram a viver a guerra. Se todos os caminhos te levaram a trabalhar em jornais. Se todos os caminhos te levaram a ser a estrela em cartaz.

Como é que você se expressou seu La Marca? Como é que você se expressou seu Gandg? Como é que você se expressou seu Herzog? Como é que você se expressou seu Seixas?

Espelho, Espelho Meu.

O ninho mostra
Nosso o nicho.

Como somos com os nossos
É o que somos,
É lá o esboço.

As primeiras manhas,
Os primeiros sorrisos e passos,
As primeiras palavras, os traços,
Os verdadeiros rabiscos.

É onde se vê chorando,
Onde se vê sorrindo,
Onde se vê de aço,
Onde se vê de vidro...

Vê-se como Onde é cura!
Vê-se como abismo!

Lá se enxerga o nervoso,
E tranqüilo,

Onde se vê superando,
Onde se vê suprimindo.

Che Guevara

Viajou e observou, resolveu fazer as mudanças, viu como tudo estava errado, todo o esquema para todos aqueles povoados. Seguiu seus instintos, armou-se de esperança,passou a agir contra o tempo Na selva, em montanhas, gritando ao ventoRevolução! Vamos, saiam desse desalento!
Começou a mostrar sua força, a transformar, a irritar. Lutou ao lado de um amigo fiel,juntos libertaram a garota do tio que a estuprava e a prostituía enquanto um eunuco batia, jogava as migalhas e a iludia.
O Amigo fiel ficou com a tutela da garota e com a repressão do tio.
O herói seguiu solitário, solidário a luta. Abriu mão de tudo já conquistado.Sem mudar sua conduta,saiu novamente rumo ao inesperado. Foi traído e acabou fuzilado! Queria mudanças, acabou assassinado pelo dobermann do velho safadoe sua cabeça foi o souvenir levado ao tarado.
O assassino está livre. O herói enterrado. Esse é o legado. É a sina do herói além de um seriado.
O amigo fiel esta velho, amou a garota por toda sua vida.Conviveu todo o tempo com a perseguissão e incompreensão. Passou a tutela para seu irmão e para todos que a amam de paixão. O herói é idolatrado, um grande homem, mas está distorcida a forma como é lembrado. Esta em vestes de grife, na calcinha da “top-model” mais cobiçada. O herói foi metralhado e sua luta está embalada para ser leiloada.Mais ele também é poesia, é isnpiração, é música, é consciência, é rebeldia é rima e é melodia!

Caminhada

Nas encruzilhadas da caminhada pare e pense, use a intuição, acredite.
Pare e sente-se, observe a situação, pergunte. Pense, pese, meça. Pergunte, avalie tudo sem presa. Pode correr e chegar depressa disposto a arrebentar a testa, ou continuar pelo caminho errado, muito mais demorado!

A trilha que deve seguir, só você pode saber. Vá por campos floridos, coloridos com a fauna para admirar. Vá por ruas sujas e confusas que cheiram a desigualdade. Vá por trilhas imaginários, onde a lua ilumina o sol e as estrelas são para degustar. Vá pela selva fechada, onde a própria trilha tem que desbravar.Vá pela terra castigada pela seca, com o sol fritando sua cabeça. Vá pela neve, solitário, sem o calor de amizades. Vá com seus amigos, sem nunca sentir frio.

Pelas trilhas já senti dor, mas aprendi sobre valor. Pelas trilhas já senti prazer e embriagado não me preparei para o anoitecer.

Só eu posso avaliar por qual trilha vou aprender o que falta pra me completa. Só você pode avaliar por qual trilha vai aprender o que falta pra te completa. Só cada um de nós pode avaliar por qual trilha vai aprender o que falta pra cada um de nós. Só todos nós podemos avaliar por qual trilha vamos aprender o que falta para todos nós.

A Melhor Balada.

Dance a noite toda, dance o dia inteiro num circulo de confusão viva uma real ilusão. Vá pela estrada louca para fora da prisão.

Todos dentro de um opala envenenado a 250 por hora no espaço.

Dance, dance, dance, encante, iludi, confunde. A musica esta alta, você esta alto, o carro está sem direção! O bom e velho interage com o som dos seis canecos.

Escutem meus amigos! Vamos acelerar mais, talvez decole vôo, talvez sirva para inspirar. Ótimo se fizer os que estão a trafegar, pensar.

Até Logo


Eu quero fechar meus olhos e por um instante ser livre. Sem medo e coragem, sem ódio e amor, sem dor e prazer, sem amor e ódio, sem dúvidas ou certezas. Livre...

Eu quero fechar meus olhos, olhar quem sou, conversar comigo mesmo e esquecer eu mesmo, pensar no mundo inteiro e ignorá-lo por completo. Viver intensamente o presente, estar na infinidade do agora, perceber a singularidade, a relatividade e negá-las junto aos próprios espaço e o tempo.

Livre de ter que fazer, livre de não ter feito, onde a maravilha da infância, e além dela, pode resistir. Toda liberdade além do próprio conceito

Meus olhos fechado...
Sem me prender ao que se foi ou ao que está por vir. Eu quero, por alguns instantes... Por alguns instantes, antes de abri-los...

A Banda Banalizada da Música.

Mais um caso de amor à primeira vista, foi tudo de bom ficar ao lado dela! Quando ela partiu pensei que ia enlouquecer. Fiz tudo pra esquecer, por vacilo meu, tive que fazer.

Mas hoje nossa vida se cruzou. Nosso destino está selado para sempre vou ficar a seu lado!”

Para criar uma estrela em 60 segundos e o refrão cair na boca de todo o mundo molde a simpatia, use a estética que o mercado mais aprecia.
Grana e esperteza pra mostrar a mercadoria. Faça o público acreditar que é tudo que eles mais queriam.

Vá a rádios e cite o influente jabá! Vá a TV e cite o jabá! Vá a impressos e cite o mesmo cara.

É claro! um refrão para grudar na mente e tocar o coração.

“Mais um caso de amor à primeira vista, foi tudo de bom ficar ao lado dela! Quando ela partiu pensei que ia enlouquecer. Fiz tudo pra esquecer, por vacilo meu, tive que fazer. Mas hoje nossa vida se cruzou. Nosso destino está selado para sempre vou ficar a seu lado!”

A musicalidade não pode ser muito original, nem pensar em revolução musical! As letras bem ingênuas e superficiais. Tem que ser tudo massificado, que todos já gostem, algo bem comercial. Pague para ficar entre as dez mais. Marque presença nos programas de dominicais. Muitas fotos nas páginas culturais.

É claro! Um refrão para grudar na mente e tocar o coração.

“Mais um caso de amor à primeira vista, foi tudo de bom ficar ao lado dela! Quando ela partiu pensei que ia enlouquecer. Fiz tudo pra esquecer, por vacilo meu, tive que fazer. Mas hoje nossa vida se cruzou. Nosso destino está selado para sempre vou ficar a seu lado!”

Caixa Legal

Caixa luminosa legal descansa a sua cabeça te deixa alto astral. Atento ao intervalo comercial, vê tudo que vai lhe fazer especial. Aprende sobre a realidade após a labuta assistindo a telejornais descansa vendo novelas.
“É Tudo Verdade”, é muita dança, informação, fofocas, piadas, musicas, depois de uma semana de trabalho nada melhor que os programas dominicais e mais uma dose de fantásticos telejornais.

Ele tem tanto haver com tudo aquilo! Enquanto ela brilha, ele esta na poltrona bem tranqüilo. Dá boas gargalhadas e confia sem grilo. Vive sentado e sorrindo, com o controle na mão, aceitando todas opiniões. “Não encha meu saco”, vive repetindo.

Mas o que os telejornais nos ensinam? O que as novelas acrescentam? O que é legal no domingo legal ou no domingão? E daí se tem louco se jogando em muros e mergulhando no asfalto? E daí se estão explorando a vida de artistas e personalidade? Pobre grande audiência, assistindo e consumindo tudo com obediência.

Não descansem com a tv ligada, eles lhe dão apenas contos de fada. Isso não os levam nada, jornais por camadas sociais, adultos preocupados se o adultero come a empregada ou a vizinha ou enteada. Num mundinho onde a maldade é punida paz é encontrada. Nada a de legal no domingo legal, nada a bom no domingão. Nada a de sensato em produções unicamente comerciais, feitas pra atingir todas as idades e camadas sociais.

Todos dão risada, todos dão risada, quando vêem a vida como uma piada; é ai que vem facada, como dizia o professor, é quando damos risadas.
As tramas contaminam, os jornais são superficiais, os políticos imorais e tudo isso atende interesses banais.

Algo não está de acordo, alguma coisa esta errada! Estamos encarando tudo igual aos eternos covardes dos contos de fadas.

Aprendizado

Vontade, paciência, humildade; estradas que são de mão dupla. Prazer na busca, orgasmos na partilha.

Hei alunos não deixem que a escola atrapalhe seus estudos.
Essa repetição alienada e alienante não significa aprender.
Hei professores deixem seus alunos em paz!
Ensinem a ler palavras lendo o mundo.
O método está sucateado! Contudo,
olhem o Paulo Frei deixando um recado...
Alunos não querem nada ditado. Querem receber!
Castigos... Só ensinam tormentos!
Alunos não são sacos vazios
onde se joga o conhecimento.


Revolucione a partilha!
Abaixo as notas, a todo o sistema de recompensa.
Ensina é quem compartilha!

Expresso Babilônia!

Jovem triste que o gosto pela vida não teve. Pé no chão, traja trapos, caminha pelo vagão e grita: “É mais barato na minha mão.”

A deficiente pede, implora arrastando suas crianças, deixando o ofício como única herança. A cada estação a desigualdade grita e a alma encolhe. Tristes! Crianças, adolescentes, adultos e velhos, vagam de um lado para outro sem rosto no vagão.

Batalhadores ajudam, mas não mudam nada, tentam! É uma moeda por uma dose de consolo.
Um pedido, uma esmola, um sorriso, uma migalha. É apenas o escoro, apenas a preocupação com um momentâneo consolo.

O que será?

É enorme lente que altera nossa visão expande nosso espírito e acelera o coração. Ela confunde, ensina, engana, alucina!

É livre, é pequena e grande; curta e comprida; cara e barata; reconhecida e esquecida.

É para apreciar, sentir, viver. Para evoluir, aprender e se sentir bem. É pra regredir, esquecer e se sentir mal. Ela mostra o paraíso do inferno e a harmonia do caos.
O que será?

Bêbado Sem Graça

Tudo sai do mesmo lugar, todas as ruas levam a um altar ... De ouro, pedra e madeira. Elas estão sempre presentes e nunca de brincadeira, onde demônios vestem-se de branco e possuem rostos amigáveis, onde fiéis assinam o contrato com letras miúdas e inquestionáveis.

Todos andam em círculos, não pensam pra onde vão. Pessoas julgam e são vítimas do próprio veneno. A desigualdade encontra-se em violência gerada pela ignorância e repúdio.

E veja lá, do outro lado da praça, pobre e mal falado bêbado sem graça. Que enche de sentido e graça a vida das pessoas que vivem a circular nas ruas circulares sem mudanças de ares.

Os gabinetes do executivo, legislativo e judiciário estão ao redor da praça. Corrupção regional com o aval estadual e federal. Todos estão calados se esforçando ao máximo para movimentar o moinho. Todos quietos recebendo como pagamento água e capim além de muitas chicotadas de carinho. Pessoas que acreditam estar no controle apertam o cabresto entre os dentes totalmente inconscientes.

E veja lá, do outro lado da praça. Pobre mal falado bêbado sem graça. Que inspira sentido e graça na vida das pessoas que vivem a circular nas ruas circulares, sem mudanças de ares.

Roupas usando pessoas e carros guiando motoristas buscam olhares.
Pobre mal falado bêbado sem graça. Que enche de sentido e graça a vida das pessoas que pagam pela salvação. Bêbado sem graça, lá, do outro lado da praça. Declama estes versos. Sua obra o diverte. Sabe porque está inerte.

A Muralha dos Símbolos.

O poeta é arrogante, com a escrita sonha em transmitir os horrores e maravilhas da vida, vez bendita, outras tantas mal dita, única, finita.

Viciado em expressão, é dependente e ama a imaginação, transa com as limitações da língua. Prisioneiro da possível expressão tenta transpor a inflexível muralha dos símbolos.

Tenta, tenta, tenta! Escreve, se expõe, busca o sublime, rebenta e se arrebenta. Por que resiste? O que quer? A que resiste? Porque quer!

Agora espera a inspiração, e a isso, somente isso, neste instante único resume-se seu existir. Constrói alguns versos, quer se ouvir e eternizar uma centelha do seu universo.

E ao escrever degusta alguns tragos de uma nova inspiração. Ela atenta, exige expressão. E lá vai, tenta, tenta, tenta!

Uma nova criação, mais uma querida filha da arrogância da expressão limitada. E ele faz versos sobre a limitada expressão... Rabisca sonhos com carvão enguanto escala a muralha dos símbulos, é um nobre escravo viciado na impressão de transmitir o além que faz chorar e sorrir, pensar e existir.
***

“O esplendor e a maravilha da existência pura pertencem a uma ordem superior ao poder de expressão, mesmo da arte mais sublime”. Adous Huxley.

A Saudade e a Pedra.

Esbarramos à pedra, o estomago aperta as lágrimas contra os olhos. A pesada pedra carrega histórias, músicas, conversas, brigas idiotas, lições, sermões, coisas grandes e pequenas, viagens, conselhos, amizade, bobagens.

A pedra rola encosta abaixo! Chega inteira, eterna, ao contrário de toda aquela poeira que nos impede de respirar. Tossir e reprimir. É tão difícil pensar!
Porque partiu? Porque? Droga! Vamos ter que voltar a sorrir?

Afinal, todos têm uma hora de ir. Como será: Desconforto da saudade eterna ou conforto eterno da saudade? Seja como for! Desconforto confortável... Confortável desconforto... Seja como for, as lembranças seguirão vivas, eternas e de mãos dadas com a saudade.

Vai sol e vem lua, vai lua e vem sol! Vem sol e vai lua, vem lua e vai sol. Vão sóis e venham luas, vão luas e venham sóis!

Encostamos à pedra, o estômago aperta as lágrimas contra os olhos. A pedra esta na planície, os dias a encravaram no solo, agora podemos nos lembrar das músicas, conversas, conselhos, brigas idiotas e tudo mais sem perder a respiração, toda a poeira voltou ao chão.

Já tem ar, podemos suspirar para lembrar e nada atrapalha a respiração. São tantos suspiros cheios de saudade, amor e inspiração!

Então em outro lugar esbarraremos em outra pedra e ela rolará. Chegará inteira mais levantará outro tanto de poeira. As pedras rolam pela encosta da Morte, na terra da Vida! Chegam lá em baixo inteiras, são eternas, ao contrário de toda aquela poeira!

Seguidores