sábado, 31 de dezembro de 2011

À Comunhão da Fé

Não quero ser compreendido
Nunca quis, e se um dia o for: mudarei!
Minha alma está morta,
Morreu por nunca ter nascido.
Não acredito em anjos ou nestes tais caídos,
Pois para mim eles nunca voaram
De meu universo estão todos abstraídos
Engolidos, digeridos e cagados.

Não posso ser um mero filho banido ou renegado
Pois já sei que todos os pais foram inventados
Não tenho saco para ser mais um dos arrependidos
E eu não odeio, temo ou amo Este ou Aquele
Pois Eles sempre foram um,
Sempre foram o mesmo e nenhum

Diante do julgamento dos temerosos,
Sob as injúrias de qualquer crente,
Estaria eu condenado a um inferno
E banido de uma existência ascendente

Mas sou parte de um todo ou de um nada
Nem acima, nem a baixo, nem pra trás nem pra frente
Não estou nos contos da verdade e nem nas leis dos que mentem
Para mim, só o nada é capaz de explicar tudo, que não só eu,
Mas que todos experimentam e sentem...

Sim, sim, o meu nada é seu Deus
E sua fé é minha fraqueza
E teu medo é minha força
Pois eu sou tudo aquilo que penso.
Tudo aquilo que não compreende...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Dama Ornamental


Você fechou a porta
E eu passei pelo buraco da fechadura.
Engoli você inteira
Uivei sobre sua pele nua,
Desbravei suas entranhas
Ao delírio de seu prazer!

Escutamos nossos segredos,
Desenhamos nossos planos.
Fizemos amizade com o medo,
Apenas uma das escolhas estranhas!
E gozamos, muito e tanto,
Até exaurir nossas almas insanas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A ÁRVORE DA PEDRA

E quem disse que não existem locais místicos?
Quem disse que não há pontos mágicos?
Foram tantas histórias em baixo dela...
Ela sempre tão linda e tão bela!
Uma enorme flor nascida entre as pedras.

Abençoada por gerações cantando e se amando,
Todos curtindo e delirando!
Além da hipocrisia do desprezo da magia,
Para além da moralidade vazia e
Sob o mais lindo bailado solar da cidade
Foram milhões de gritos de amor e amizade,
Tudo em baixo dela!

A nossa bela já era!
Repousa quieta sobre as pedras.
Não cantará com a gente e nem com vento
Mas suas músicas são eternas,
Sim! Mais que o próprio tempo.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Doce Mar

Quando os olhares nos precedem,
Perco-me no desejo da vontade.
Quando as escolhas nos pedem,
Antes de um tempo para a saudade.

E já te vejo como uma miragem
Que traz sentido para meu vazio,
Que afoga minha sede após eras de frio.
Sim! Estou à deriva neste lindo desafio!

Nos dias que nos demos,
Nunca antecipados e nem tardios.
No mais belo presente com laços de suor
Coroados com suspiros de arrepios,
Cultivo todas as esperanças...
Para o vôo desse tempo onde não nos vemos.

Ao alvorecer de suas grandes mudanças
Quando seus olhos me puxam,
Engolem-me e me lançam!
Entre nossas promessas
E minhas doces lembranças...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Inspiração

Um dia quis escrever sem sua presença
Senti a vigem com uma função tensa...
E gritei por ela, mas foi em vão

O vazio de sua ausência, tão
Cheio de nada
Como um astro consagrado,
Um produto sendo sugado...

Sem vê-la, ao invés de me conter
Gritei entre as linhas e também entrelinhas
De minhas sujas e podres rimas
Venha bem dita, venha maldita
Sé venha, tenho que cumprir...
E não deve ser como uma sina.

E a vi, tão doce quanto o amargo que alucina
Pois mais se aprende do que se ensina
Ela se conquista e nunca ninguém a domina...
Pois quando se tenta, ela se termina.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Pior Roubo é o Esquecimento

Bafo elo animal
Exala sarcasmos,
É desprezado por todos os seus pais
Por tudo que é humano
Pois é filho renegado da graça de ser o divino.
Sim, renegado de todo o bendito e mais:
de tudo que é maldito!
Sim, renegado de todo o profano.
Ignorado pelos insanos e pelos coerentes,
É um deus sem o espírito mundano!
Como a maré sem suas correntes...

Ele descansa secreto como
farelos jogados em baixo do pano..
Onde se serve um novo pão,
com o mesmo sabor que sempre ruminamos.
O que dizer aos deuses esquecidos?
Aqueles renegados e substituídos,

De seus reinados sobraram apenas
Tudo que sempre foram...
Apenas bons mitos!

Nós, a Sós.

A dois passos do adeus, 
Os que eram meus, os que eram seus.
Aquilo que foi nosso...
Mas, agora,
Só vejo o que não posso.

Não peço para não ir embora,
Já vejo a vida como eterna partida!
Tão quanto, também, é partilha,
No entanto,
nos limitamos às horas.

Ela quis saber o que iríamos fazer e
Silêncio... Foi tudo que pude gritar...
Não havia pra onde correr,
Não havia pra onde ir.
Contudo,
Sem os motivos para chorar...
...
Nunca poderíamos sorrir!


Pra Rir

Dizem que para quem tem tudo que quer, é fácil sorrir.
Mas só consegue “tudo” quem traz um sorriso no rosto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Agasalho de Verão

A chuva canta na rua
Seca, fria e crua
Gotas na cabeça
Todas as suas queixas
Todas as preces
É tudo que se dá
É tudo que você mercê

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sua Poesia

Caminho aberto
Vulgar como o destino da liberdade.
Alerta como um soldadinho marrom
Sendo engolido pelas regras,
Vestido de medo e esperança.
Marchando para lugar algum
Como um grande vídeo-game,
Um remédio para nossa solidão criativa.
Como se todos nós fossemos especiais
Mas todos estamos limitados, sempre...
Aos nossos iguais.

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