quinta-feira, 31 de março de 2011

Folia de Março

Era fevereiro...
O mesmo fim do que não tivemos.

Gritos ecoam embriagados,
futilidade idolatrada

com distorções na cabeça...
Solos em pensamentos.
O corpo é o

movimento
Para lá, não fica mais aqui.
Não quer mais ser assim.
Quer ser agora: “se livra-se”!

"Se livra-se”, “se livra-se”, “se livra-se”.
Foge das regras, quer que “se viva-se”!

Manter certa distancia do medo dos fracos
Ver-se no espelho e reconhecer o animal,
a espécie de macaco.
entre os que usam ternos...
e se sentem máquinas.

Fim de Rua Nova.

Ao fim de uma nova rua sem saída.
Ande nas raízes, escolha sua árvore.
Observe a cidade,
fale dela para ela.
Esqueça a explicação...
Lembre-se do amor!

Não se perca no dualismo da paz
o continuo não meia e nem finda.
Fez nada, é todo...
Todo parte junto à tudo.

Os Amantes da Dor

Pálidos bardos belos e sedutores...
sob o manto da revolta,
com as gritos de vingança;
gêmeos dos homens:
pagam com seu sexo a eternidade
no paraíso.

Promoção de Vícios

Pago por meus venenos
E ainda por preços outros
Levo da vida o que penso

Todas as possibilidades para morte
Todas reduzidas a verdades
Leve e vivo as curiosidades
Busco ao Sol sombras,
à sombra busco enxergar minha solidão

Caindo no desfiladeiro
Para desbaratinar o cheiro ascendo um “paeiro”
A cerveja noutra mão,
comprada no buteco no alto da queda,
tinha AMBEV e nenhuma outra opção.
Basta destes contratos baixeiros.
Mas afinal, quem não fuma,
quem não bebe?

A última gota de sangue de úteros antes férteis afoga o nascimento e seca a sede.

Lembrete do Inferno

Líquida cor de sangue seco.
Ao som do nascimento da morte
recebo um beijo doce,
um beijo na porta da casa do cão,
um beijo de boa sorte...

Ela tinha um único desejo e foi vão!
Foi entorpecido de gracejos
para ser um mero feliz,
e ela uma eterna atriz
que vive de sucessos esquecidos.

Esqueço o que ainda vou aprender

Deitado sobre os pés
Desato os nós dos dedos
Aprecio doses de medos
Imagino sentidos da fé

Quem busca uma realidade perfeita não enxerga a beleza de um defeito.

Os gritos... Os escuto aqui de cima

Escondido de todos,
Exceto de desencantos
Pois estão todos aqui junto comigo
Sem sombras refugiados nesse canto.

Artista Maior

Entre os meus... Os nossos, os seus...
Maior das artistas, a musa!
Grande mártir, senhora do desconhecido.

Ela faz poesias para outros dias,
Dias de surpresas esboçadas.
Tempos não vividos.
Ela se mostra,
veste as mãos como luvas...
É a resposta,
Pode ser um erro.
Talvez um acerto...
Um novo mistério
Ela é a vida, viva! Viva! Viva!


Se “livra-se”, “se livra-se”, “se livra-se”.
Foge ás regras, quer que “se viva-se”!

Manter certa distancia do medo dos fracos
Se ver no espelho e reconhecer o animal,
a espécie de macaco.
entre os que usam ternos...
e se sentem máquinas.

Mero ideal de idéia

A originalidade, funcionalidade e força das idéias! Eis algo que realmente diferencia a humanidade entre si. Em qualquer atmosfera da percepção humana, as idéias são como chaves para as mais variadas trancas de inúmeras portas. Elas presenteiam os autores com a coexistência social irrompendo o tempo da carne e da alma, traz de volta do passado o futuro. Quanto mais original, maiores serão as barreira para execução. Fato decorrente do vício na estabilidade proporcionada por idéias arcaicas ou ultrapassadas. É certo que as novas idéias são inter-dependentes, contudo a maioria não enxerga a porção das novas idéias nas idéias cultuadas, invariáveis e inflexíveis. E ao mesmo tempo não enxergam o inverso.

Ao contrário do que a mesma maioria é levada a pensar, são justamente os autores das idéias ultrapassadas, os primeiros a abrir a percepção diante as novas, mesmo que contrárias. Pois são as inspirações para as próximas.

Domesticados

Ao anoitecer da manhã
A garotinha sai para caçar assassinos
Vai armada de amor e todo dia os abatia...
Humilhados compartilhavam sua febre,
pensavam apenas em amor!
Agiam sempre por ele.
e matavam para amar...

Pensei em escrever... Não encontrando papel ou caneta esqueci tudo no meio das palavras.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Dias Simulados

Datas esperadas,
tantas, por tantos.

Rituais celebrados à
crenças soldados. Remendos
costurados com submissão adaptada
à vida já esquecida.

Pois o mistério é imaculado
e está há milênios prometido.
O mais do mesmo é reformulado...
Os erros revendidos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Garoa de Chumbo

Cale-se em seu canto.
Retenha seu encanto.
Coloque-o em um cofre.
E o atire pela janela.
Do mais alto prédio...
Em cima da própria cabeça.

Luz... Ação!

Redemoinho de incertezas;
ventos de esperanças irrompem o tempo
com a energia do possível.

Gerando novos desenhos de imagens
Num filme sem roteiros ou cenários,
sem diretores
câmeras e atores!
Sem público...


nós
mesmos.

Massificados

Para os futuros ou contemporâneos
uma carta de futilidades,

um programa dominical...

ridicularizadas
ridicularizam
com a moda
de um agora
já ultrapassado
com valores
superados

O cara de santo safado
Exibe sucessos repetidos
Num novo não inovado
Um mesmo copiado...

Mudança na Chuva

Estar só junto à alguém, num
deliro em sonhos para o despertar,
ao tempo de se deixar sentir.

É sem nome, sem definição...
No esquecimento do atribuir.
Na dimensão além da compreensão
Com a verdade do sentir,
na liberdade da razão
sob a prisão de um entendimento:
o fim da dúvida em meio à confusão.

Após o Carnaval

A chuva leva o passado.
Carrega-o num ritmo inacabado.

Toda água desce pela cidade,
toda sobre o nosso teto.
Como as agressões da serenidade.

O desejo consumido no dia novo,
escondido no ruído da cegueira,
até o desespero do final de domingo...

Ao fim da festa..
De ressaca se pede perdão.
O pó agora é escuro e está na testa
Daqueles arrependidos da diversão.

Mas o tempo também é crença,
e pode ser desassimilado.

Mais um ano começa,
continua.
Foi-se vindo, veio ido e todo marcado!
Vai-se vindo continuado!
Inventado.

É, talvez pode ser...
Talvez está parado...

Poesias

Melodias ao amanhecer
Mensagens para o futuro

segunda-feira, 7 de março de 2011

Parar de Pensar.

Porra! Afinal, até onde vai a compreensão?
Será possível parar?
Será possível querer parar...

Navego pelas ruas vendo muitos rostos,
flutuando entre as idades, fundindo-me em expressões.
Passos operários,
pensamentos de salário
misturados na multidão solitária!

Rostos jovens enfeitando seres deslumbrados.
Feições vividas concedendo realidade à vida.
Todos são ecos, ecos... Ecos... São reflexos...
São complexos e desconexos...

E no fim, assim como no começo, somos
tão sós quanto a multidão! Porém,
estamos além da certeza
e além da própria contradição.

Parabéns Cidade!

Parabéns Cidade!
Ela cresce e cresce, mais e mais.
Ela aumenta e quem mede?
E quem se importa?
Quem é capaz de enxergar?
Quem quer olhar?

Crescem as filas, crescem:
os doentes mais esquecidos,
as crianças nas esquinas.
Cresce o descaso com a vida!
Crescem os preconceitos:
as mais fedidas das feridas!

Bairro chique e segregado.
Barro para o povo que reclama calado,
que grita alienado.
Escolas para subempregos,
adestramento para os subordinados,
gritos para um futuro desempregado.

Licitações em prateleiras:
mercadorias, contrabando, valiosas especiarias;
É o tráfico em gabinetes, câmaras e tribunais,
São todos Poderes de ilusões convencionadas
que regem o enfeite de toda a narquia.

E o crescimento vem de empreitada,
a natureza é estuprada e
ao amanhecer bacias de concreto abrigarão povoados.
Vamos! Olhe para o futuro! Pensar não é loucura!
Olhe da próxima vez que sair à rua.
Olhe ao redor: os horizontes são os oráculos.
Preparemos nossos barcos...

A cidade cresce, cresce e cresce...
Todo dia a cadeia está mais cheia e
as amizades mais vazias!
A paz sempre mais perdida,
absurdos mais escancarados,
abusos de rotina...
Mais e mais as famílias comunicam!
Estão penteados, bem vestidos, maquiados,
esticados, pálidos e gelados...
Rodeados por lágrimas dos queridos.

Enquanto a impunidade é vendida
na esquina onde se perde a vida.
Enquanto a impunidade é mimada
nos braços frios e de pedra da pobre cega!

Toda a cidade será mais violenta...
Toda a fome mais sedenta.
As indiferenças serão mais intensas.
E a inspiração mais rebelde,
sarcástica e sombria!

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