quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Chama vaidosa

Na fogueira do ego a força da união é cinza!
Soterra seus suspiros.
Suas aspirações.
Suas solidões.

Fogo que queima e não ilumina.
Triste chama que passa pela pele.
Que marca na alma...
Que a força repele.
Como viajem de cocaína.

Queima sem calma.
O espírito queima.
Queima, queima e queima!
Onde o eu se assassina.

O ego infla e a menor picada o estoura...
E o grito de sua fraqueza ressoa...
As chamas tomam todas as lavouras.
Afasta qualquer pessoa.
Chamas de fome duradoura.
Não pode ficar consigo.
Não se encontra, espantou seus amigos...

Para o ritual se apronta...
Mais a fogueira não ilumina.
É vaidosa, brasas duvidosas.
Faz dele apenas cinzas.
Queima e não ilumina.
Brasa impiedosa!
Chama vaidosa!
***

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

Precisa-se de heróis?

O poder que os nutriu os destrói.
Olhe o horizonte de onde viemos.
Está cheio de reinados de finados heróis.
Os mais próximos estão os vivos...

Veja o tempo os corrói.
Louve-os e assista corroendo.

Ao alvorecer de uma nova hera
Encarnados em algo além de pele e osso
Nada de fortunas, nenhuma foto em colunas.
Livres de vitórias e derrotas
Sem competições.

Ao alvorecer na chuva,sem capas ou guarda chuvas.
Nem seguir e nem guiar, não obedecer não dominar.
Nem a si ou por si!
Escolhas acima de temores
Não é exibido, não está escondido...
Está consigo!

Chega de mocinhos e bandidos...
De super heróis e suas criaturas; seus super inimigos.

Consciente de suas escolhas.
Não se atém a lados...
Munido de amigos e aliados.
Evita inimigos!
Não se dá ao luxo de ter um meio amigo.

Além de herói, além de bandido.
***

domingo, 21 de dezembro de 2008

O Xamã de Dionísio

A serpente!
A pequena serpente letal...
Acreditou que por isso os lagartos dançam
E as borboletas bailam.

Mas no agora acredita
E é parte da natureza Bela.
Está por ela.
Não crê no antigo pensamento arbitrário;
É nela.

Onde flutua e até sua arrogância se cansa
Na rede da humildade balança...
No amor, na fé, na esperança.
Na dor, nas festas,
Na miséria e na bonança.

Não diz que a vida é só isso ou aquilo...
Pois do balanço se vive caindo.
Diz: “Bonito é se levantar chorando ou sorrindo”.
Prepara-te para um novo impulso
Um impulso para o céu batendo os pés no chão.
Projete-se da rede ou se jogue em vão...
Manter ou alternar o ritmo...
Balançar mais alto que o cético e o que místico.

sábado, 20 de dezembro de 2008

A medida de todas as coisas

Amanhã verá que não somos hoje...
Hoje veja que não fomos ontem.
A humanidade é apenas a medida de toda sua interpretação.
Inclusive essa...
A humanidade é a medida de sua imaginação.
Não de todas as coisas, mas continua com verdades absolutas!
Absolutas e temporárias para continuar toda medição.
...
Além do nosso poder de comunicação.
Frente, atrás, em volta!
Em torno, contorno e até junto nossa compreensão.
Ciclo, continuidade, fragmentos e conjuntos... Medição.
...

Nem com versos e inspirações posso entender...
Quem dirá explicar...
Posso apenas explorar e aprender ao me enganar...
Mas nem a medida de nosso inconsciente
(que sempre agitou contra as medida)
Mas nem a medida de nossas medidas...
Vamos assumindo! Vamos?
Sempre criamos deuses criadores.
Os inventores de tudo...
Tudo feito na medida para a coroação.
Por nós, de nossos valores.
...
Submetidos à ordem divina.
Esquecidos do caos natural.
...
E com os séculos, ao em vez de coragem,
enchemos-nos de medos e temores.
As engrenagens então rodando.
Tudo agarrado e o trabalho desperdiçado.
Ta cheio de gente empurrando.
Estão recebendo e vivendo...
Comprando e consumindo...
Está tudo indo...
E o planeta se rebela para se limpar das seqüelas.
As engrenagens se movendo.Tudo se arrastando.
***

domingo, 23 de novembro de 2008

“igualdade entre os homens”

IGUALDADE ENTRE OS HOMENS

Verdade inquestionável...
Grande tolice...
Grande ou maior?
Dogma da humanidade.

Qual é a medida da normalidade?
Qual é a medida da loucura?
Milhões sãos os limites
De verdades absolutas

É crença pelos séculos abençoada.
Temporária verdade.
Igualdade entre os homens escorada
Em constituições do consumo.

Depois de séculos engrenados nesse rumo...
Vejo isso entranhando no instinto.
Séculos e séculos com esses mecanismos.
Agora eles estão nas cabeças e nos intestinos...

Igualdade entre os homens?
Quem são esses homens?
Como podem ser iguais?

Igualdade entre as mulheres.
Igualdade entre a humanidade...
Bobagens, cada ser é um universo
Todo ser é uma novidade!

Qual a medida da loucura?
E a medida da normalidade?
Qual a medida do saudável?
Como poderá ponderar
Se não mergulhar no excesso?
Como sabe que é normal se nunca se sentiu louco?

A igualdade corre desesperada atrás da normalidade.
Uma das ilusões do templo onde nenhuma construção é universal.
Igualdade!
É generalizado, como deve ser todo o ideal.


Cada um é único, transbordante e vazio!
Com seus defeitos perfeitos...
Individualizados.

Explorar-se
Eis o grande desafio!

***


http://poesiasfarpadas.blogspot.com/

Natureza e consciência

A natureza em seu bailado astral.
Desliza sobre as dicotomias onde se afunda.
Causa e efeito é retalhamento da continuidade...
É dança fora do ritmo...
A natureza dá baile nas nossas maiores invenções.
Dança sobre os nossos símbolos e crenças, e até sobre nossas ciências!
Samba diante nossa falsa hierarquia!
Samba em cima de nossas arbitrarias idéias de guerra, paz caos e harmonia.

“A grande criatura do mundo”... Elegemo-nos!
Instintos afetados pelos milênios de superstições...
Natureza não é mera utopia.
Não é uma explicável teoria.
Nem as mais fantásticas das fantasias...
Todas nossas interpretações estão aquém...
E então o que vem?

Natureza é morte, é vida!
Não é questão de predadores ou presas...
De conceitos ou nomes...
De verbos ou pronomes
Não se define algo algum...
Liberdade de verdades eternas...
Dessas infinidades momentâneas...

Ritmo que a natureza oferece...
Onde a consciencia se entorpece e entorta...
Nos nossos bosques...
Passe pela fechadura da porta...
***

sábado, 22 de novembro de 2008

Amor proibido

Ele é tão inocente, belo e ingênuo. Tão incoerente!
Ela é tão safada, gostosa, tarada. Tão incoerente!
Ele faz um biquinho, acredita que com um selinho pode “salva-la”.
Ela mete a língua na boca dele, enchendo de carne salivando desejos.
O anjo aperta as mãos da diaba, ela desliza as dela pelo seu corpo sarado.
Ele enche o rosto dela de beijos molhados. Ela lambe todo seu corpo suado.

O beijo mais intenso que ele já recebeu:
Ela agachada com o rabo arrebitado,
ele com as assas abertas;
as angelicais mãos acariciando os cifres.

E ele também a beija em sua natureza!
O beijo mais suave pelo qual ela já gemeu!
E as incoerências se amam!
Completaram-se aos beijos e abraços.
Escondidos atrás das árvores do bosque dos espírito...
Escondidos de nossos mistificados medos...
Amam-se livres da caretice de verdades arcaicas...
***

Continuidade

Sempre continua.
Ela vem nos espíritos dos jovens.
Ela sopra toda poeira envelhecida.
A ventania sempre continua, continua até sem antes chegar ao fim.
Não tem fim, nem início, nem meio...
São os desejos adormecidos nos velhos!
É a explosão do contido.
É o novo vindo...
***

sábado, 15 de novembro de 2008

Orgia

Na noite da hora extraviada, encanto-me diante uma encruzilhada...
Noite de Lua roubada e a vida esta estendida em algumas dessas estradas
Qual estrada? Em qual toada?
Devo correr ou manter a caminhada?
Quantas estradas! Quantos ritmos!
Devo ir escondido? Não!
Vou comigo mesmo dançar, gritar e enlouquecer, por tudo e em vão.

Na encruzilhada, uma orgias de eus...
Muito duvidam e muito negam!
São loucos... São pensadores da exceção
Transando uns com os outros, gozando e gritando até ficarem roucos!

Falsas verdades são penetradas e se alucinam.
Verdades não caluniadas arrombam e permanecem enterradas
Entendimentos arcaicos levam ferro de novas percepções.

Falo de entregas.
Sim! De individuais surubas!
De expressão!

Perguntas taradas correm atrás de repostas não encontradas!
Os desejos e a liberdade eretos entre isso e aquilo.
Um coral de eus, cantando perguntas...
Enquanto o estômago digere as respostas...
E o espírito assimila a busca!

Que seja através do sublime e do brusco...
Que seja por várias estradas,
que seja até por várias encruzilhadas.
Novidades?
Não!
Novas bobagens...
Grotescas humanidades...
***

quinta-feira, 23 de outubro de 2008

Janelas paralelas

Numa das dimensões paralelas.
Atrás de nossas próprias janelas
Olhe por elas, veja parece insanidade.

Liberte-se, salte-as!
Do outro lado há de ver possibilidades.
Aqui o horizonte é tudo em volta.

A certeza do consciente
encerra a consciência,
inclusive essa!

E tudo é perfeito e nada dá certo.
Veja! É o alvorecer do inconsciente,
do absurdo, da loucura.
Sob céu de dias e noites salgados de doçuras!
***

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Antes de Talhar Um Inimigo

Tolices dormidas!
Amanhecer do entendimento.
Silêncio! Esse é o melhor argumento.
Um trabalho, uma fuga e um atalho...
Não invocar inimigos.
Deixe que eles se anunciem.
Não lhes poupe o vexame!
O forte inimigo é melhor que o meio amigo.
Assim como um aliado é melhor que muitos inimigos.
Mais ainda prefiro talhar sólidos amigos.

O Que Vai Querer Ler Durante a Viajem Senhor?

Não quero suco e salada,
manda logo a pinga e a feijoada.
Sim! Sim!
Gosto de pratos abstratos e subjetivos.
Sirva-me algo que me confunda.
Lanço-me em nada e em tudo.
Ao mundo da magia...
Às palavras proféticas...
Às crenças mais céticas...
Sirva-me as frases mais indigestas...
Ruminar e digerir pra mim é festa!
Como uma bagunça em harmonia.
Não venha com blasfêmias patéticas.
Nem com normalidades estéticas histéricas.
Traga-me um exagerado prato.
Uma forte dose.
É o que vou lerPinga e feijoada!
Muito obrigado!

Sonhos ou Insônias

O consciente está cheio,
Transborda tolices que incomodam no leito.
Ao me contorcer vou me libertar, eu creio.
Vou até em sonhos recair...

O inconsciente escorre para seu fluir; para o seu jantar...
No alvorecer de sonhos para o agora, no tempo sem horas.
Espero liberdade para o espírito em aurora!

Puro, límpido e perigoso como águas calmas dos rios profundos.
Horrorosos, ocultos, enevoados, assombrado por seus próprios vultos...
Sonhos rimados, Sonhos moídos;

Sonhos ou insônias? Sonhos perdidos?
Não me importa!
São sonhos as margens do pasto;
Longe do curral do rebanho.
Sonhos de morte sonhos de vida!
Onde meu espírito é esculpido...
Tão estranhos!
Tão das entranhas;

sábado, 18 de outubro de 2008

“A” Carona

Olhem parou!
Vamos nessa! E esqueçam toda a pressa...
É um carro grande, vamos todos juntos nessa...
As rodas são de vento, é movida a musica e enfeitada de poesia....

Vamos essa é “A” carona!
Embarcamos rumo a um louco nada...
Daqui a existência é uma grande piada
Ou são os olhos nebulosos.

O vidro está embaçado e tem muita neblina na estrada.
Estamos descendo a colina.
Corremos risco de saúde e honra.

Em um próprio mundo de contos.
Aonde com outros mundos vamos nos deitar...
No motel onde a pura e o vil transam....
Onde os sentimentos dançam...

Sim.
Sim...
Essa é sim!
Sim, é “A” carona!
“O novo conserva nossa espécie.”

Por quanto tempo vamos negar as falhas?
Por quanto tempo vamos mentir?
Pra que nos enganar?
Por quanto tempo vamos mastigar navalhas?
Por toda uma vida; é o tempo pra consumir.
Vamos sempre é tempo de destruir para inovar!
Criar; chorar; sorrir.

Está tudo calmo demais!
Os palavrões são expressões ingênuas.
E a safadeza e a vulgaridade...
Tão banalizadas!
Despertar as paixões adormecidas!
Libertar o espírito! Manter-se vivo!

CARTA:

Ao Espírito Alienado

Você vive encravado de cabeça para baixo em uma fossa de ilusões. Irrita-se a tal ponto como meus dizeres que propaga gargalhadas arrogantes seguida de um julgamento ingênuo. Chama-me de louco e insano, tenta me condenar a uma terrível sentença engasgado com o lixo e com o luxo que quase o afoga. Não sabe que está nessa fossa!

Mais não se iluda, não quero despertar sua ira. Sim estou falando com você que julga insanidade esse meu louco pronunciamento. Com você que a essa altura do texto já não está entendendo absolutamente nada, mais perdôo a sua distração.

Isso! Esboce sua arrogância com esse arrogante sorriso que o faz respirar com mais dificuldade ainda. Opa! Desculpe-me, não se irrite; é que o sarcasmo é minha reação natural a sua ingênua ação.

Você vive me dizendo que é mais feliz para tentar se convencer pela repetição mais a minha felicidade está protegida por símbolos sombrios que inibe a ação de sua inveja
Mais são tantos mundos, tantos poços e tantas sentenças que às vezes você me puxa para baixo e eu mergulho. Sei que você não entende. Não o culpo, para você estou submerso de cabeça para baixo na sujeira. Vê-me como o asqueroso e nojento que nada com sorriso cínico e livre em meio ao nojo. Não me importo!
Só escrevo para me despedir.
Adeus!

CARTA:

Convite À Expressão
Amigo essas ilusões vão consumir sua alma, envolver seu desejos e dilacerar o seu espírito material. E seu exaltado sorriso será de uma sarcástica lembrança do início do fim de seu agora. Hei, eu me jogo na lira e no lírio com a vontade e curiosidade da infância e trago doses e mais doses de todos meus anseios e ânsias.
Vamos nessa! Agarremo-nos com as unhas na sinistra parede de metal. Escalemos; ela cerra tudo entre símbolos que ecoam na obscura névoa de fumaça ardendo em incerteza. Vamos amigos e nos apliquemos vida e viajaremos juntos. E agora escalamos cravando unhas e dentes.
E a literatura se deitou mais uma vez com a música e o canto dança por entre cordas, batuques e sopros numa transa assexuada. Assumindo, o conjunto, uma própria identidade, unido por uma comum vontade. Isso é algo novo ou apenas uma nova roupagem? E é sempre no agora que nunca vai embora que essa pergunta se faz.
Mais um circulo esta selado sem respostas ou exaltação. Juntos numa transa sensual entre um e outro. O brasão de nosso movimento é o absurdo tatuado em nossos espíritos. E nossas unhas e dentes sangram que escorrem até o chão. São córregos de vida enfeitando a intransponível muralha dos símbolos. Essa muralha de metal.

?

Estão confortáveis? Todos acomodadamente confortáveis?
Todos acomodados? Estão conscientemente acomodados?
Todos conscientes? Estão comodamente conscientes?
Conformados? Confortavelmente conformados?
Estão muitos! Estou tão...

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Humano do Progresso

O coração de concreto e pés de asfalto.
Nunca os descarrega na terra.
Sempre dentro de uniformes que se submete.
Com estomago de vidro e as mãos de plástico.
Nunca energizadas em uma árvore.
Não experimenta elixires de diferença.
Sempre o mesmo tanto, a mesma bebida...
Toma sempre a mesma dose de consciência.
Ser seu próprio carcereiro...
Essa é sua sentença!
Vê o diferente como ofensa,
sempre é bom cordeiro.
Pastando na maior das religiões:
“A fé no dinheiro”...
Tropeça em morais e razões...
Diante as outras percepções é mudo, sego e surdo.

Dois Cair da Noite

Dez mil cigarras gritam até a explosão, grilos com suas patas aos gritos! Pássaros encantam com o canto mais puro que qualquer mantra.

E lá vem a Deusa Prateada!
E ela vem é cheia!
Do tamanho da nossa ignorância.
Ouço as vozes das árvores; a ida do sol as une.
Agora é um único grande tronco rajado.
É o beijo da sombra com o vulto.
O ar é de natureza, é sereno, é vitalizante...
É belo o mistério ao cair do tempo oculto.


Motores esgoelam iluminados pelos postes e néons, pessoas trafegam entulhadas. As cigarras estão intoxicadas, grilos abafados, pássaros contaminados, pouco cantam...

Pessoas berram mais de um milhão de promessas.
A Deusa Prateada fica esquisita; vive ofuscada...
Pela nossa luz é condenada.
É esfera pálida entre véus de tijolos.
Ouço vozes dos mendigos, a desigualdade os une.
Agora é um único grande desespero acomodado.
O ar é pesado feito dor
É triste o horror ao cair do tempo sepulto.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Atordoado

Distrações ocupam o espírito.
Flutuava sossegado, agora rasteja preocupado.
Esquece-se que tudo é cíclico.
“Vejam o espírito atordoado.”
É um vulto confuso; em seu lar sente-se intruso.
Pelo muro está cercado.
“Vejam o espírito atordoado.”
Tropeça em si e cai de si; chora por si, esquece-se de rir.
Tudo esta turvo diante sua percepção.
Dança no ritmo das portas!
Ao tempo das crenças mortas; afinal; por aonde ele vai?
“Vejam o espírito atordoado.”
Só fala de sua própria solidão!
Caricatura rimas em vão...
Quem é que se importa?
Quem é que realmente importa?
Golpes do amor de ilustração ou o meu atordoado...

sábado, 11 de outubro de 2008

Aos Nobres

As estruturas aboliram a ruptura.
Os moralistas se firmam como artistas.
Os dualistas ainda se julgam nobres.
Numa cama de moral envaidecida.
Onde transam no escuro por um buraco no lençol.

Nobres reféns de sua própria tortura.
Chicoteados por verdades idealistas.
Com moral de tacho de cobre.
Transbordando a sobriedade entristecida.
Nobres tolos cheios de luz como fogo em paiol.

Os que arregalam os olhos em loucura.
Em indiferença a todos esses “...istas”.
Divertem-se com o novo entre o pobres.
Transam sob a luz do luar entorpecida .
Rolam nus pela grama; sem pudor e sem lençol.

Cultura Enlatada

Nas prateleiras.
Novidades repetidas; músicas revestidas.
Pobreza vendida; novo marginalizado.
Povo vomitando o difícil de ser digerido.

Engolindo sem mastigar refeições massificadas
num banquete de produções comerciais.
Enlatados culturais vendidos em supermercados.
Estão nas prateleiras sob o título: Kits

Meios de comunicação de massa;
não passam de ligeiras e vagas mensagens de fumaça.
Estou amassado nesse sistema do vai e vem.
Para a qual a maioria de nós diz amém.
Muitos acomodados em sofás empoeirados.
Donde pelo novo mostram todo desdém.
Assistindo a rotina na mesma caixa.
Ouvindo a papagaios nas rádios....

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Montanhas Estranhas


Estou em uma confortável rede amarrada a dois ciprestes centenários donde aprecio a paisagem mais deslumbrante que jamais sonhei.
Mais estou... E meu sonho agora parece estar para além daquelas montanhas.
Às Montanhas estranhas irei...
Imagino que lá estarei diante a outra paisagem jamais sonhada; de lá avistarei novas montanhas estranhas que almejarei.

domingo, 5 de outubro de 2008

Guie-se, Siga-se;

Siga ninguém, não se perca no rebanho, siga a si mesmo.
Mesmo sendo o mais estranho.
Guie ninguém, ao diabo com pastor e ovelha, guie a si mesmo.
Cada um é um universo e uma centelha.
Siga a si mesmo...
Guie a si mesmo....
Dentre a sombra da luz oculta, onde vidas nascem e se sepultam.
Dentre a claridade da pureza, onde se goza de toda a sutileza.
Entre o doce e o amargo, entre dia e a noite, entre o certo e o errado.
Entre o bem e o mal, entre a harmonia e o caos, entre tudo isso;
Entre, além disso.
Não tenha vergonha... De si mesmo.
Torna-te o que és... Livre do medo.

Alternação

No meio de toda a festa
Junto toda essa alegria
Lembre que tudo se alternará

Seus sorrisos entorpecidos
Cairão, num certo agora ....
Num absoluto esquecimento...
E o seu até então, exaltado espírito
Ardera nas chamas do tormento

A alternação é uma constante

terça-feira, 30 de setembro de 2008

Meus Olhos a Vêem

Admiro a beleza da carne!
São tantas a belas em fraquezas;
raras são as que estão além
dessas tolas idéias ricas de pobreza.

Não linda garota! O que sinto não está acima do carnal
E nem quero que assim seja
Quero que se entregue;
meu corpo, ao seu deseja

Ei garota! Sabe o que mais me seduz?
É quilo que me deixa silencioso aos gritos
É esse seu místico espírito...
E assim batizo sua fonte de luz!

Aquilo que irradia de seus olhos,
essa luz sombria e oculta,
não dá pra te desejar com culpa.
Vejo meus desejos quando...
Meus olhos a vêem.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

Onde

Por onde perco meus sombrios...
Aqueles meus sóbrios e calejados sentidos...
Vou pela trilha que entorpece almas e corações.
Bebo garrafas de palavras, visões, sons, emoções...
Litros e litros de paixão e amor, de amizade...
Tudo às vezes temperado com Steinhäger.
Bebo e sem nenhum pudor...
E logo estou extasiado numa busca para percorrer...
A trilha por onde não se é dono da situação
Um caminho que não posso decorar.
Que preciso compreender...
Imagino uma trilha complexa de sutilezas.
Por onde homens e mulheres se arrastam ou podem voar.
Pois nessa louca trilha, as coisas sempre fluem e estão!
Deslizam para todo lado...
Entre as forças e as fraquezas...
Donde admiro o contrabalanço de toda a situação...
E o equilíbrio se apresenta como filho da alternação.
Uma vez que por ela eu quase o alcanço...
Extasiado e vez e muitas em desequilíbrio
Trilho pra curtir tudo que flui em minha direção.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Sobre Um Inferno e Um Demônio.

Quando o amargo sobe até minha mente...
Quando chega ditando meu suor.
Ela cresce e a sabedoria esvai.
É que ela chega e meus sentidos ardem.
Essa tal me guia para onde se cai...
Num momento onde sou o horror.
Quando os donos da razão nunca entendem.
E como ficar puro diante de todo meu mal?
Não respondo! Não Esqueço!
Pergunto a mim mesmo.
Vezes com sucesso, vezes a esmo.

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

A TORRE DO AMOR

Gritos cantados ecoam entre as serras violentadas. Gememos em liberdade unida num só corpo; meto toda minha energia! Submersos entre puras e escassas árvores, ofegantes nos embriagamos com o cheiro da lua. Satisfazemos-nos em suspiros melados de prazer que escorrem pelas suas pernas suadas. Vivemos um momento sagrado onde profanamos juras de amor eternas.

Recito-lhe poemas sacanas
Esculpidos em palavras de diamantes,
Poesias nuas em loucuras insanas
Junto a sons pesados e delirantes.
Além de todas as coisas mundanas.

E temos a paixão, por hora...
Será que vamos nos conhecer melhor?
O que nós temos bom? O que temos nós de pior?
E agora você só se perde e me ama!
E eu lhe mostro onde meu eu mora.
Vamos nos ver além de todo esse suor.
Até o fim de uma nova aurora!

Vamos descer a serra violentada...
Altar de amores para o todo e para o nada...
Vamos descer até meu povoado.
Vamos nos jogar pra tudo que é lado.
Meter-nos entre os costumes infeccionados.

Sei até a descida e nada sobre o resto da vida
Como saber se não vamos nos enganar?
Mas que se foda! Estamos juntos agora!
Sem as mentiras entre nós, minha querida...
Vamos em busca de onde a gente mora.
Vamos nessa, vamos juntos embora!


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sábado, 9 de agosto de 2008

Amor Louco

Num canto decadente e imundo de uma sombria metrópole dois se arrastam abaixo de todos os vícios e viadutos, de todas as leis e estatutos. Eles flutuam suas mãos unidas entre toda nebulosa confusão. São expressões embriagadas que deslizam apaixonadas e não estão nem ai para mais nada! Entorpecer, aquecer! Viva a vida de amor louco entre beijos e desejos alcoolizados para além de qualquer tormento, além de toda a marginalidade. Para além da mediocridade e de todo nosso julgamento...

quinta-feira, 31 de julho de 2008

Felicidade Nua.

A felicidade é púrpura minha linda!
Ela esta nua entre o sol e a lua.
Quando não é nem noite nem dia.
A felicidade é tua...
Está entre tristezas e alegrias.
Entre realidades e fantasias.
Entre magias e razões.
Entre cabeças e corações.
A Felicidade é louca!
É o caos em harmonia!

No fundo dos olhos eu vejo...
Linda e toda pura em desejo...

Entre todo dia e noite ela está nua.
Num instante púrpura entre o sol e a lua.
Olhe o horizonte, minha linda.
Vislumbre a sua!

terça-feira, 15 de julho de 2008

Sim meu Bem!

E cada dia é único dia.
Minutos, segundos também.
Toda a escolha é sua.
Todos os dias são um único dia! Amém!
Pra esse caos eu digo sim meu bem!

Entre a razão e a magia
o inconsciente vai além.
Além das engrenagem das ruas.
Onde somos todos e ninguém.
E pra esse caos eu digo sim neném!

Pro inferno com ideologia!
O ideal é coisa do aquém,
é como vaidade que em você atua,
é como só de desejos ser refém.
E pra esse caos eu falo sim meu bem!

Esse caos está além da narquia...
Os que sabem disso são menos de cem.
Além da realidade nua e crua.
Lá onde é a mente que nos tem.
Onde tudo faz parte de todo vai e vem.

.................................Digo sim! Sim meu bem!
.................................Berro amém! Amém neném!

quarta-feira, 25 de junho de 2008

sem título 2

Na estrada, carregado de aventura e labuta,
seguro as rédeas em vão,
toco a poesia e viajo sem hora ou chão.
E estou entre santa e a prostituta...
Seria uma delícia me entregar às duas
nessa festa entre o infinito e o indivisível
onde o caos se despe e chega próximo do explicável.
E caio no meu lugar entre as engrenagens das ruas...

Caminho contorcido dentro de loucas manias,
descanso em um bar,meto os olhos na lua;
tenho cervejas e beijos sabor cereja de uma puta paixão nua.
Entre excessos, amores, música e poesias, entre toda a boêmia.
E entre doses de venenos que aliviam...
***

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Subjetividade Comum no Mundo Repleto de Novidade

Corre livre no jardim da primeira infância,
Pesca na represa da loucura e mergulha em si mesmo
com finalidade e ao mesmo tempo a esmo.
Ofega cercado de odores nus em flagrâncias

Deriva na canoa da paixão amorosa entre ondas de paz e dolorosas.
Segue na correnteza da criação artística
arrastado pelo esforço de fluir, do caos, e da expressão mística.
Abaixo do sol de emoções sensuais, ternas e calorosas.

Conduzido por águas além do bem e do mal. Corre, pesca, deriva e segue no mundo de odores nus em flagrâncias, do sol de emoções sensuais. No mundo da percepção do esforço de fluir. Tudo isso na infância, loucura, paixão amorosa e da criação artística.

Desejo Ela de Manhã.

Manda uma bala na cabeça,
dança numa disforme sincronia.
Seus pés descalços coloridos de barro.
Sob o céu pesado de água, seu rosto é só alegria.
Ela fecha os olhos e ao som se deixa...

Baila num ritmo acelerado.
Todo o ser é envolvido.
Todos os movimentos são envaidecidos.

Enquanto sua mente frita no inesperado.
Enquanto seu coração é um rugido cantado do alto da serra da libido.
Enquanto uma festa é vivida a espera de noites que serão esquecidas...
Expressa seu doce grito de liberdade contido:

Tempo: Ao futuro que se mostra escondido!
Às lembranças não esquecidas e arrogantes!

É tempo: De som numa viajem inconstante!
De momento vivido!

sem título 1

No céu de pedra, cheio de lava com curvas ardentes numa reta interminável, coberto por um arco ires inverso vago em um tornado de calmaria diante a beleza de tudo que me cega e sob nuvens carregadas chuviscando bem de leve, num ritmo que não molha e não seca, sem trégua, às vezes vejo uma saída perfeita dentre ondas coloridas de sol e de lua no final do horizonte da exaustão, por onde caminho para o inconsciente do mundo, de tudo nele e tudo que não tem fundo em busca do novo através de palavras caóticas de um dialeto sem tradução, escondido na beleza e na luz dos rios de lava cortando o céu e nos raios serpenteando pelo chão, tudo como um turbilhão de sentimentos inomináveis.
***

terça-feira, 20 de maio de 2008

Desejos Secretos

Aqueles devassos,
Tarados por novidades!
Aqueles “preciosos e
excitantes”,

Ilustrados em tempo alucinado
e alucinante. Não
Podem ser controlados, estão
Loucos para explodirem em
Realidade.

Desejos caricaturados em
Páginas de diamante.
Sonhos imaginados,
Desejados durante a escuridão
Cintilante.
Pulsando por estarem abafados,
Amados pelo coração
Errante...

Desejando serem desejados;
Tão secretos!
Nada quietos!
Gritam sufocados!
Coexistindo toda vez
Mais indiscretos!

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Dia de Todos os Dias

Durante um piscar de olhos
despertei dum ventre para outro dia;
Para o dia de sol,
para o dia de lua!
Na hora
passada, na hora
futura,
na hora de agora...

Dia que não pode ser nomeado;
de um tempo irracional;
dia rotineiro anormal,
não pode ser datado,
catalogado,
dividido nem nomeado...

As idealizações são
então
cessadas estou no dia imaculado...
Recanto donde vejo o tempo mecanizado,
tempo de relatividade
cronometradada,
de liberdade
comprensada;
tempo de ouvido
calado de olho abafado
de grito cerrado...

Pensei ser um dia de transcendência...
Mas não vejo mais hierarquias.
É dia de harmonia,
dia de caos,
dia de universo de diferenças em imanência...

Esse é o dia, manhã na infância...
Acompanha todas as andanças,
toda humildade e arrogância.
É o dia de vida, dia de esperança!

quinta-feira, 8 de maio de 2008

No Sebo da Esquina


Exploro os enigmas do labirinto,
Esquivo de Minotauros.
São quilômetros de viagens,
São os encantos da floresta
São as dicas dos Faunos.

Inspiro-me nas cinzas da Fênix,
Na vida dos dragões,
Na fuga dos unicórnios;
E naqueles que os caçam em vão...

Ouço os bardos e seus sons encantados...
Vejo Elfos, Fadas, Gnomos e Anões.
Todos cantando e tocando
Cordas, metais e tambores


Vejo a entrelinha da poesia,
Em reverência à psicodelia...
Imagino a realidade da magia.

E estava tudo ali!
Palavras mágicas esculpidas
Como reflexo de nossas vidas.

Sim, eu já vi...
Semiotizados  entre capas, notas e tinta;
Escancarados tantos mundos e formas
Quanto o infinito...
E tudo no sebo da esquina.

sexta-feira, 21 de março de 2008

Efeito Borboleta.

Ó meu amor a sutileza
do vôo de uma borboleta, a beleza,
a perfeição colorida e disforme,
o vento do movimento de suas asas
é alimento para furação...
Lá do outro lado.
Furacão esculpido pelo maior artista já coroado
o incalculável “Caos”,
que gera dentro de seu invisível ventre
o tudo e o nada para além de bem e mal.
Ó meu amor é tão difícil falar...
Venha meu amor, entre!
Vamos no “Caos” nos inspirar!

Minha Geração

Dançamos diversos ritmos,
assistimos a todos tipos de filmes,
acessamos o mundo de um recanto,
andamos com roupas multicoloridas,
sem cores e até sem roupa.
Amamos livre, transamos sem nos conhecer
só por tesão e não nos custa reconhecer
Somos amantes libertinos
heteros, bis, homos, todos sexuais!
Lemos todos os livros,
louvamos qualquer ou nenhum Deus
Livres; católicos, protestantes, crentes, mulçumanos...ateus.
Somos a geração que escolhe livre?
Escolhemos dentro do sistema que nos acolhe....

A Fabulosa Máquina de Sonhos

A mãe mistura os ingredientes.
A filha prepara o forno.
Elas se viram, param frente uma a outra.
A menina escancara um sorriso engrenado
por um terno beijo em sua testa.
Os sonhos estão prontos!
Logo ali, junto aos livros da menina!
ao lado do forno...

quinta-feira, 13 de março de 2008

Hora Sagrada (experimental)

HORA SAGRADA EXPERIMENTAL

FILHO: _A janta ta pronta mãeee?
MÃE: _Ta quase filhooo!

TV: _Hoje após Intrigas e Ódio no Jornal Na...

FILHA: _Mãeee! O Zezinho arrancou a cabeça da minha boneca!
MÃE: _Zezinhooo! Sua idade de amolar sua irmã já passou!
FILHO: _Mãeee não arranquei nada!
MÃE _Sossega filho senão não faço sua bisteca!

TV: Plim, Plim

PERSONAGEM DA TV 1: _Enfim vocês vão se casar! Chega de contra tempos.
PERSONAGEM DA TV 2: _Pois é, e que contra tempos! Pensei que ia perder o grande amor da minha vi...

FILHA: _Ó Mãeeeeeee! Ele mato a Rebeca!
MÃE: _Não matou querida Sol? Olha, é só
encaixar... Pronto ó!

MÃE: _Filhinha já disse pra você não da bola pra aquele sapeca.
_Agora lindinha fica quieta! Deixa a mamãe ver novela!

PERSONAGEM DA TV 2: _ Mercedes ela vai chegar a qualquer momento!
Dim, dom... Dim, dom...
PERSONAGEM DA TV 1: _ Vou abrir a porta. Com sua licença senhorita.

PERSONAGEM DA TV 1: _Bom dia Ana Luiza, a senhorita Flora aguarda na biblioteca
PERSONAGEM DA TV 3: _ Bom dia Mercedes? Sabe! Voltar aqui é sempre um tormen...

FILHA: _Mamãe olha! Saindo de trás do armá...
MÃE: _Quieta Sol, vamos ouvir!
FILHA: _Mamãe olha é uma lagar...
MÃE: _ Poxa vida! Deixa mamãe assistir!
FILHA: _Mamãe ali ó, uma lagarti....
MÃE: _Sol, cala a boca que hoje a Ana Luiza vai ser desmascarada!


PERSONAGEM DA TV 3: _...li a carta Ana Luiza!
PERSONAGEM DA TV 2: _Mais de que carta você esta falando Flora?
PERSONAGEM DA TV 3:_Não se faça de desentendida, é dessa carta aqui que falo...
PERSONAGEM DA TV 3:_Escrita por você enviada para Pedro Mourão...

TV: Plim, Plim

NARRADOR: _O silencio reina nos cenários
Ela brilha a mais de meio centenário
A mãe hipnotizada
Conduz a filha para a luz alienada...
A cabeça da boneca ta esfolada
A menina grita irritada.
Zezinho está tranqüilo, tiros são ouvidos,
O vídeo game está ligado!
Da rua uma buzinada,
Do micro ondas uma apitada
E da luminosa só propagandaiadas.
Todas captadas mesmo em meio a toda barulhada
Passos largos e pesados,
O chefe da família chega reclamando do dia agitado.
Vê uma linda garota molhada lavando
Um novo modelo de carro importado
E o homem fixa os olhos; seduzido...
Ela brilha, fala, canta e é tudo tão colorido.
Sua atenção é atraída, sua mente é distraída...


MÃE: _A janta esta quase pronta viu Lucas!
_Pode se sentar filhinha linda!
PAI: _Zezinhooo! Vem janta rapaizin...

TV: Plim Plim... (Abrindo a ordem paterna)

NARRADOR: Estão sincronizados, que baderna!
O trabalhador honesto e barbado,
Mais um exemplo categorizado.
Mais um membro controlado.

PAI: _Agora todos quietos!
_Comam em silêncio!
_Vai começar mais um...
_... mais um Jornal Nacional...

FILHO: _Pai! Pai! Hoje no clube eu fiz o go...
PAI: _Quietinho filho! To vendo o noticiário!
FILHO: _Mas pai é que ho...
PAI: _ Será possível? Todo dia! To cansado
de pedir que se calem nesse horário.

TV: _Tan, tan, tan, tan, tan,Tan, an, an, an

PERSONAGEM DA TV 4: _ Boa noite, estamos começando mais um Jornal Nacional
PERSONAGEM DA TV 4: _ Um urso polar é encontrado passeando nas savanas africanas...

domingo, 2 de março de 2008

Viaje !

Alguns degraus atrás deste em que pisamos,numa cidade coberta de cinzas.
Com ruas e casas cinzentas,
de arquitetura toda padronizada
e gente não menos acinzentada.

Fábricas quadradas cospem veneno
e toda imaginação é envenenada
o inconsciente coletivo é mecanizado,
operários são semi escravizados,
pelo trabalho fabril são alienados.

Os patrões e os sabichões no idealismo são encarcerados,
seus conhecimentos são anuviados pela segurança
de que tudo são fatos e nada pode ser imaginado.

Na Solar de Pedra o professor descriminaa beleza,
a magia e a alegria do circo.
Só fatos, isso é tudo que ele ensina!

Crianças, jovens, operários, patrõese tudo,
até o além de todas as suas relações...
Tudo explosivamente comprimidoem cápsulas de segurança
espalhada por toda aquela vizinhança.
O mundo acabara de ser conquistado.
A máquina havia proliferado,
o tempo esta marcado,
ela esta pra tudo que lado,
em crenças e pensamentos,
naqueles difíceis tempos...

terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Esquizoviagem

Estou num caldeirão fervente.
Não deliro de dor,
é tudo positivo, é inconsciente.
Não sinto falta nem nostalgia
ou qualquer dos maus,
sou uma das bolhas estourando em caos.

Gozo em estímulos
Inflo até estourar então
sou gotas a mergulhar
e novas bolhas vou formar.
Sou a evaporação
e vôo até me condensar, até cair.
Sou o devir...
Sou no caldeirão, sou no ar!

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Cidadã da Babilônia de Solidão

Navega entre ofertas,
pesquisa preços, mantém contato com vendedores,
é cliente antiga de muitos neo mercadores.
Compra tudo que precisa e tudo quanto é besteira
coisas de todos os valores.

Mais não é mulher gastadeira.
Cria rios de ofertas, negocia preços e fecha sempre bons negócios.
É empresária, é jovem, é linda e bem sucedida.
Estuda estratégias, lê muito, malha e fica pouco tempo no ócio.
No entanto não tem admiradores,
amigos, amantes ou amores.

Arrebata olhares de Venscesláu, noventa e cinco anos, porém exímio jardineiro.
Robin, como prefere ser chamado, é atento caseiro e delicado cozinheiro. Ele sempre a admira e contempla. Em comum com a patroa a juventude, a educação, a beleza e a atração por homens. A faxineira é a lavadeira que é viúva beata.
De vez em quando vê os vultos na guarita. Vultos que assistem a transmissões de muros e portão. Esses garantem a maior de suas ilusões.

A vizinhança é só gente de classe,
está atrás de muros altos com cercas elétricas e vigias sem face.
Não tem crianças brincando na rua.
Pela janela apenas belos carros blindados com vidros sufilmados
refletem a máscara que a poluição cede ao sol e a lua.

Ela esta entediada,
sente falta de cultivar amigos;
mais falta ainda de ser desejada.
Contudo, ainda prefere viver acoitada;
não freqüenta clube, teatros, cinemas,
lojas e muito menos cai nas noitadas.

Dois anos é pouco pra esquecer:
Roubada, seqüestrada,
espancada e violentada,
um inferno exagerado
com início na saída de um belo shopping.

Uma princesa dominada
em sua segura carruagem encantada.
Foi logo ali! Menos de sete quadras...

Agora vive conectada, trancada , sozinha e calada.

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Fantasmas

Sem estereótipos horripilantes.
Vivo fantasmas!
Sem maquiagens, sem show de horrores.
Sinto fantasmas!
Alguns sadios outros de dores.
Sim, vejo fantasmas!
Alguns de consumo outros criadores.
Sonho fantasmas!
Alguns inomináveis, encantadores, sedutores!
Fantasmas obscuros e cintilantes.

Viajo com fantasmas...
Fantasmas uniformizados de desejos tolos.
que conduzem ônibus de linha.
com hora de chegada, com hora de partida.
Fantasmas que voam para o novo,
pilotam zepelins sem bússolas.
Nus, sem formas, uniformes ou fantasias.

Às vezes me sacio de desejo num festejo fantasma.
Taças com veneno misturam-se com as de água na bandeja,
depende muito do que o convidado almeja.

Fantasmas seguem os desejos.
Alguns apreciam repetições...
Vivem da “conservação do consagrado”.
Outros curtem é novidade!
“Vivem perigosamente”,
duvidam da segurança da estabilidade.

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Por Um Terror Novo

A cabeça da sedutora de vítimas para o leilão
é tocada por crianças no chão. E é gol!
Uma vítima tem condição de negociar sua absolvição
Uma vingança, um negócio fechado com o chefão...
Escapa da tortura com a tatuagem da pele até o coração.

Vítimas levadas para saciar a vontade de matar
Vitimas da sede do poder sobre a vida,
mercadorias de uma empresa da morte
com empresários faxineiros, vigias e artistas.

O homem no trem admira e o jovem se assusta.
No bar o jovem se desculpa.
Na fábrica o homem o tortura.

Da fábrica que produz o inferno
onde os demônios são a elite dominante
uma fuga alucinante e
mais uma cabeça na sala cintilante.

O som é contrastante,
é envolvente
é delirante
é entorpecente!


Na fábrica de homens e mulheres da morte,
Não existe rancor contra indivíduos
É rancor de outro ou de todos.
É medo do medo de ser fraco,
é desejo de ser forte.

Visão das vítimas!
Visão dos assassinos!
As vítimas se tornam vingativas; mostram-se assassinas!
Os assassinos vão se redimindo
se rendem e encenam o doentio.
É obra que encerra o dualismo!

“_Você não tem família?”
“_Não tem uma esposa?”

“_Minha esposa?”
“_Minha esposa?”
“_Não posso matar minha esposa”

É pra sentir, é pra temer todo o contexto.
Alguns se ofendem com a nudez e violência.
É o susto da nudez de uma possível vivencia.
Outros ruminam, admiram toda a obra,
Ovacionam todo o caos da complacência.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008

Ficção Travestida

A mega seleção dentre muitos é por pouquíssimos!
Sorteio se tem, é raríssimo!
Confinados, trancados de papel assinado!
Contrato que devem interpretar, que devem digerir.
Cortes e edições conduzem sugestões.
Mais a platéia não pode suspeitar, deve engolir.
Nascem heróis com poderes temporários.
Duram um breve tempo depois que saem do cenário.
Então servem para despertar desejos publicitários.
Heróis que confortam a platéia;
o conforto da crueldade em cena.
Nua esta toda baixeza,
toda a maldade da vida artificial é vendida como real,
simulando intrigas em um ambiente áudio visual.
(onde amizade está diluída na fama e na riqueza)
É uma república que conforta a platéia nas incertezas...
Porem uma coincidente contradição:
Também é uma república de gentilezas de gente que ama.
Não, isso não me engana!
Tudo faz parte do enredo fantasma, da invisível trama.
Nada de realidade, apenas uma camuflada ficção!

domingo, 27 de janeiro de 2008

Cover´n´roll

Numa vila, num bar, ele entoca e ainda toca
na trincheira entre balas e baladas passageiras.
E lá ilumina feito estrela, feito sol, feito fogo,
é fogueira em cinzas onde ovo é centelha.
Voa ave mitológica, voe acima de ondas mercadológicas,
vôo clássico, vôo entre solos mágicos!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Lados


_______Este lado é para baixo.___________

____________Este lado é para a esquerda.

Este lado é para a direita.________________

_______Este lado é para cima.___________

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

comunic@c@o

www www
www www www
www www www www
www
www www www www www

. .
. . .
. . . .
.
. . . . .

com com
com com com
com com com com
com
com com com com com

domingo, 20 de janeiro de 2008

Remoto Controle

Acorda tarde e liga ainda deitado, nesse dia em especial estava descansado. Nos demais carrega alguns quilos de horas e liga sempre cansado.
Nesse dia em especial pensou:
Aqui estou repousando, sentado, calado e distraído. Ascendo tudo que esta distante, tudo que não posso ir ver, tudo que não posso confirmar. Desejo algo imaginado, imaginado para ser desejado. Não imagino mais o ali e a mim, idealizo-me lá...

É pra comer, é pra beber,
é pra vestir, é pra conquistar, é pra possuir...
É pra idealizar, é pra ouvir
É pra invejar, é pra ser...
Tudo pra ver e crer!

São poucos os que ditam o desejo massificado
Quanto idealismo...
Tanto consumismo...
Rebanho cansado e calado.

sábado, 19 de janeiro de 2008

A Cura

Olho para a ferida, ela sangra.
Me lembro da dor da vida; ela arde em chamas de pus
Encaro a ferida que por uma puta idealizada foi parida.
É a derrota da tristeza que me conduz...
Abaixo a cabeça, curvo-me e olho sua alma,
vou com calma e temo que a fraqueza apareça
Ignoro o medo de saber qual é a cura e o nojo que seduz.
Parece descabido: Abro a boca e meto-lhe a língua
Mais é cabido: Estou quieto lambendo minha própria ferida.

O Chato

Desliguei a tv abri um livro para ler e passei a ser um chato!
Meu cabelo cresceu, minha barba endureceu e passei a ser um chato!
Cansei de escuta, agora eu quero grita e passei a ser um chato!
Deixei de consumismo, agora eu quero é sentir e passei a ser um chato!
Do passado nos esqueci, no presente me perdi e passei a ser um louco!
To em São Tomé, no carnalfenas eu não ponho o pé, e passei a ser um chato.
O rebanho eu abandonei, um salto pela cerca projetei, e passei a ser um chato.

Pra o cordeiro, chato sempre vamos ser, mal falados; podem crer! Pois os hábitos estão consumados. Pelo pensamento condicionado estamos sendo julgados.
***
O Chato - adptação para a Caravana da Livre Expressão Poemática (21-10-2008)


Desliguei a TV abri um livro para ler e passei a ser um chato!
De novelas me livrei numa biblioteca me encontrei e passei a ser uma chataMeu cabelo cresceu, minha barba endureceu e passei a ser um chato!
O cabelo não alisei, na chuva eu dancei e passei a ser uma chata!Cansei de escuta, agora eu quero grita e passei a ser um chato!
Cansei de engoli, agora eu quero é cuspir e passei a ser uma chata!Deixei de consumismo, agora eu quero é sentir e passei a ser um chato!
A moda eu ignorei, meu próprio estilo busquei e passei a ser uma chata! Do passado me esqueci, no presente me perdi e passei a ser um louco!To em São Tomé, em micareta não ponho o pé, e passei a ser uma chata.O rebanho eu abandonei, um salto pela cerca projetei, e passei a ser um chato.Pra o cordeiro, chato sempre vamos ser, mal falados; podem crer! Pois os hábitos estão consumados. Pelo pensamento condicionado estamos sendo julgados.

Ai Léo! Porque somos chatos?
Acho que a gente enche o saco dos outros cara!
É ! Eles temem que o saco estoure e que todas as certezas se percam.
Podes crê irmão! Temem que o sentido da normalidade de suas vidas vá pelos ares.
Se formos loucos ou chatos, que todos gritem até ficarem roucos!
É isso ai Tocha! Não nos importamos nem um pouco.

E PASSEI A SER UM CHATO !

domingo, 13 de janeiro de 2008

Rio dos Amores

Desfrute desse nosso rio,
e como um rio, ele traz fartura...
Sacia a sede e é sempre cheio de peixes.
Venha nadar contra a correnteza,
nele isso não é tortura!

Rio profundo, calmo e cintilante
onde gôndolas flutuam com amantes...
Mergulhe, navegue, e até afogue-se
nesse rio de magia inconsciente,
cuja a nascente é dentro da gente.

Toda magoa são águas passadas;
não podem nos banhar.
Toda água é do agora
e agora vamos mergulhar

Seja um rio de boas lembranças...
Seja um rio de sonhos e esperanças...
Lança-se no rio sempre agora...

Uma Visão

Vejo tudo derretido, fundido!
Sempre foi, mas só agora vejo

Tudo como um quadro de Picasso
Cubos unidos em estilhaços.
Vejo tudo surreal daqui,
como uma obra de Dali.

Não sei dizer onde estou.
Mas tudo respira junto comigo...Ua!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Famílias

A Grande

Imaginação é mãe...
Sonho é pai...
Paz é filha ...

A Pequena

Expectativa é mãe...
Idealização é pai...
Decepção é a primogênita...
Frustração é o do meio...
Depressão é a caçulinha...

sexta-feira, 4 de janeiro de 2008

Eu Sou da Sarjeta

Se você não precisa de ouro no trono
e nem de mesa ou cadeira,
se ajeita na sarjeta sem marca bobeira;
reina como rei da terra sem dono.

Toma um destilado puro, sem gelo!
(como deve ser apreciado)
Sentado, sem querer ser mais que ninguém
Calado, nunca deixando de ser alguém
Não esta nem um pouco preocupado
com aqueles que esbanjam ao lado.

Ó sarjeta! Trono de todos e de ninguém,
canto no mundo que acolhe o rico e o pobre.
Recebe o negro, o branco, o vil e o nobre,
acolhe todos sem desdém.

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