sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Dois Cair da Noite

Dez mil cigarras gritam até a explosão, grilos com suas patas aos gritos! Pássaros encantam com o canto mais puro que qualquer mantra.

E lá vem a Deusa Prateada!
E ela vem é cheia!
Do tamanho da nossa ignorância.
Ouço as vozes das árvores; a ida do sol as une.
Agora é um único grande tronco rajado.
É o beijo da sombra com o vulto.
O ar é de natureza, é sereno, é vitalizante...
É belo o mistério ao cair do tempo oculto.


Motores esgoelam iluminados pelos postes e néons, pessoas trafegam entulhadas. As cigarras estão intoxicadas, grilos abafados, pássaros contaminados, pouco cantam...

Pessoas berram mais de um milhão de promessas.
A Deusa Prateada fica esquisita; vive ofuscada...
Pela nossa luz é condenada.
É esfera pálida entre véus de tijolos.
Ouço vozes dos mendigos, a desigualdade os une.
Agora é um único grande desespero acomodado.
O ar é pesado feito dor
É triste o horror ao cair do tempo sepulto.

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