domingo, 1 de fevereiro de 2015

Sonhos de pesadelos.

Sonhou costurar palavras,
tecer frases,

sonhou escrever poesias
cheias de certezas, recheadas
apenas e sempre com as
velhas noções de beleza.

Sonhou ser raso, suficientemente
raso para atingir as profundezas
das massas. Sonhou um pesadelo!

O pesadelo de um mundo
sem medo e sem incertezas.

O pesadelo de uma vida
ideal, um distúrbio fruto do
doce venenoso do "Deus Capital".

Sonhou um pesadelo
ideal. Mas, só após
despertar pôde vislumbrar
toda aquela perfeição como
algo fútil, algo muito aquém
do além da experiência real.

Uma poesia começou a circular na internet.
Logo nos primeiros dias, ela se tornou viral!
O conteúdo trazia um conhecimento
capaz de derrubar reis,
ditadores e impérios.

Porém suas palavras não traziam nenhum mal
Elas não faziam qualquer julgamento,
muito menos algum moral.
Um conteúdo simples, mas não fútil,
leve e muito sério.

Não havia mistério,
passava longe de ser novidade.
Entretanto, estava além das mentiras
e também da própria verdade.

E uma palavra se destacava, trazendo
em si todas as rimas e todas as sinas.
Uma pequena grande palavra que todos
já imaginam, repleta de significados,
capaz de traduzir o indecifrável.

Um conceito mais antigo que os próprios séculos e os milênios,
que reúne em si todas as interpretações, que reúne
em si todas as crenças e religiões.

Uma palavra
maior e que inspirou todos os deuses:

Uma palavra chamada
amor.

Nada Haver?

Na confusão voraz do amor
nos encontramos para
desconforto da inveja.
Encontramo-nos na
impossibilidade
do nosso agora.

Pois somos abençoados
pela sinceridade
de tudo que não
interessa a mais
ninguém.

O sorriso das lágrimas.

Não entendo e dou gargalhadas de desespero,
é que costumo rir da cara da tristeza.

Mas, depois ela dá o troco... Sempre!
E vem arrebatadora tal qual saudade,
derruba todas as minhas certezas
e me acusa de insanidade,
como se fosse possível
existir apenas um culpado...

Eu ainda às gargalhadas
e ela permanece gélida, calada,
preparando sua rasteira,
sua cilada.

Palavras insanas escorrem do canto de sua boca e mancharam o nosso lençol de indiferença.

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