quinta-feira, 29 de abril de 2010

Aparências

A cama macia, calados e vestidos.
Almas vazias...
Na encenação do amor...

Luzes de velas não mais inspiram...
Aturam...
Pelas as aparências:
numa gaiola das liberdades!
Entre quatro paredes
afogados em moralidades.

Não se reinventam...
Transam numa sala
Entre comodidades e caras cortinas
tecidas com a mais pura rotina...
Não foram e nem são capazes de dizer:
“não importa o que os outros vão pensar!”

Um elo pela covardia
Alianças em corações vazios.
É a velha reputação a zelar,
Então vão ficar juntos para sempre
e nunca mais vão se encontrar...

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Entrega

Restringidos pelo engrena.
Prisioneiros das horas.
Reféns da canseira do descanso
e de desculpas esfarrapadas.
Mantemos a alma calada.
A expressão cansada.
Mas chega!
Não mais me ensurdece...
Não mais me cega...
E no tempo que não sobra, mergulho na obra...
Dos minutos na privada, das horas de joelhos.
Todo o ócio sagrado, do verão ao inverno.
Do céu ao inferno...
Ou em qualquer outro lugar de superstição

Escrita, estimada, amada,
vadia, amiga, carrasca, santificada!
Quando em ti, escorrem-se as horas...
O tempo desliza derretido...
E ele desiste...
O espírito se perde... Pluraliza!

Quem lê...

Uma aconchegante leitura
sobre as plumas da luz da lua
frente ao Rio Entendimentos,
sob o céu rosa magnético com estrelas de percepções.
Entre as ruínas da realidade, a leitura, a grande viagem.

A busca pela consciência da identidade...
Navegar no subconsciente acordado...
Seu leme são páginas degustadas.
Olhe, está logo ali no chão!
Escrevamos com nossos pés!
Estamos diante um livro,
lemos páginas escritas...
Escrevemos em solos férteis
com sementes de palavras frutíferas.

Ao Jovem Poeta

Irving, manuscritos do ácido ao mel.
Decomposição, uma bela composição.
Rimas no inferno e no céu:
Junto a um azul caderno de poesias:
“_Esse é o Rafael!”

Decomposição na mesa
Frente minha alma corpulenta.
Sacio-me com frases de wisk!
Alimento-me com pimenta!
E bebo águas límpidas!
Submerso em palavras de seda...

Decomposição, De + Composição.
Compõem, mostra e se expõe!
Essência nas entrelinhas...
Completamente nu nas entre letras.
Fazendo-se de papel e caneta.
O jovem velho: pai do velho jovem!
Para além de doutrinas psicológicas.
Literatura tem!
Além, muito além da caridade.
De literatura é!

No zepelim de suas poesias enteógenas...
Vago, perco-me, encontro-me.
Eis um espírito livre!
Um artista que se decompôs e se compôs.
Decomposição frente meus olhos...
Deleito-me entre os sabores
Experimento o salgado e o doce!
Orgasmos no purgatório e no paraíso.
Decomposição!
A literatura grita...
Parabéns amigo!

terça-feira, 27 de abril de 2010

Tornado de Calmaria

Após eras de fé corrompida...
Esquecida em meio às exauridas
verdades absolutas...
Após eras de ilusões de poder
e de enganos como conduta.

Passa um tornado onde tudo coexiste!
E o todo se passa e virá...
Continua, alterna e persiste.

Mostra contínuos os fragmentos.
Eleva no agora.
O único e todos os momentos.
Revela séculos de artificialidades.
O tempo engrenado:
templo das engrenagens.
Sufocado pelos calendários impostos
Por dias opostos...

Arte submetida, esquecida!
Mas são sempre novos os ventos.
Vou esquecer os lamentos.

Tornado forte e leve leva!
Junto ao agora...
Na natureza do tempo!
Longe de ditadores inventados.
Desses rebanhos confrontados!
Leva pra longe...
E de lá para outro onde...

Tornado calmo eleve.
Arraste-me! Carregue-me!

segunda-feira, 26 de abril de 2010

A Rainha do Desconhecido

Tenho medo!
Temo fechar os olhos diante seu encontro.
Medo de não degustar meu tempo.
Temo não ter tentado.
Não quero tremer quando ela chegar.
Temo não estar livre para me entregar.
Não ver a beleza!
Medo de como ato último... Eu...
Renuncie a natureza.

Temo temer o medo...

De quanto tempo tenho ou
melhor: quanto ele me tem?

O que nos mantêm realmente...
Realmente vivos?

Quando verei nossa Rainha?
Quando ela virá com a certeza?
Nossa temida certeza...

Quero olhá-la nos olhos,
não desviar o olhar,
Sem horror.
Quero admirá-la!
Ela fará uma visita a sua morada...
Não adianta fingir que não está...
Ela saberá, pois também mora lá!
Ao sentir seu toque: abraços, beijos,
amigos, sonhos, paixões amores e aventuras...
É tudo que vai deixar antes de se
integrar ao inimaginável.

Que eu não trema, que eu sinta!
Tempo que tenho: tempo que desdenho!
Onde só escrevo ou onde imagino,
quando estou no meu tempo!

Tempo que me passa como vento.
Cortando os dias onde eu tento e atento!
Explodo-me e me arrebento!
Contudo e além mesmo depois de tudo!
Entretanto e mais um pouco antes de qualquer coisa,
veremos a rainha até então desconhecida...
Mas é como uma princesa.
Inimiga ou amiga...
Criada nos campos entre paz e guerra...
Entre trevas, morte, esperança e vida.

No Surto...

Veja a noite se descortinar frente a ti.
Vista seu manto de possibilidades.
Jogue-se no inesperado
Na luz escura que reluz em ti

Não fiquei em casa essa noite...
Procure no amor alguém para se deitar
Para se esquecer de encargos,
dos fardos entre dias gelados.
Hoje a diversão será seu ar.
Encha os pulmões!
Encharque os pensamentos.
Mergulhe até o amanhecer.

A Missa

A minha cachaça é a musica...
Coral de amigos, violão,
Uma dose um trago uma rápida fuga...
Sorrisos e idéias a milhão...
Um beijo, uma dança, o amor,
Os venenos, as curas e as canções!

Tempestade

Relâmpagos de duvida...
Trovões de pavor.
Vendavais de insegurança.
O medo da possibilidade arriscada, azarada...
A probabilidade do medo...
Gambás e ratos descem as enxurradas
Granizo e atitudes...

Superação infernal...
Agora: terrível pavoroso...
Pura paranóia!

Desejo esperança e desconhecido...
Mas posso ter-lo contraído...
Atento, mesmo em devaneios: Atento!
Serei o elo forte pois vou romper, quebrar!
Será o fim dessa pavorosa corrente.
Mas tudo está a alvorecer.
Temo mais a dúvida que o saber...
Pensar recolhido em calafrios...
Após a qualquer anseio e anciã.
Quero venenos sadios...
Deitar-me com a esperança!
Com o amor e em paz!
Dançar na chuva a cantar devagar

Portais

É possível imaginar uma saída?
Uma saída de inclusão!
Será que passarei pelos portais que inventei?
As paredes que ergui os sustentarão?
Vou abri-los?
Terei a chave? Ou serei eu a chave...

Consciência é força, percepção é magia...
Será que minha criação receberá
a vida através de um raio?
Ou no futuro apenas mais um rascunho?
Ou mais um sonho extraviado, esquecido?
Sem nunca ser lembrado...

Aparências

A cama macia, calados e vestidos.
Almas vazias...
Na encenação se trair...

Luzes de velas não mais inspiram...
Aturam...
Pela as aparências:
na gaiola das liberdades!

Não se reinventam... Mas possuem:
uma sala de comodidades
com caras cortinas...
Tecidas com a mais pura rotina...
Mas são poucos que podem dizer:
“não importa o que os outros vão pensar!”

Um elo pela covardia
É uma reputação a zelar,
Então: ficam juntos para sempre
e nunca mais vão se encontrar...

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Aborto

Amanhecer úmido
Dúvidas de sobriedade
A um passo de uma nova realidade...
Ou de uma nova ilusão.

Onde é o início?
Não, não é uma escolha!
Acha que realmente sabe ou
sente uma ignorância da consciência...

Antes de descer o rio, antes de banhar o mar
Antes dos fardos, antes das luzes...
Possibilidades levadas rumo às cataratas.
Atirada sobre as rochas afiadas...
Matador de versos...
Destruidor do bem e das maldades
Assassino de possibilidades
Das escolhas...
Destruidor de um Universo...
Egoísta bélico

Corredeiras condicionadas...
Rumo à negação do natural
Que a mãe não a seja, pois já não é.
Que o pai não o seja, pois já não é.
A criança morrerá,
Não se sentirá ofendida nem grata...
Amor poderia haver em sua essência,
mas é excluída, ignorada... Jogada nas cataratas
Condenada antes do florescer...
Estas serão as exigências, as condições das civilizações
Vão mentir para si, interpretar de acordo com a covardia
Mas não é tarde para um grande contra golpe...
Pois não é preciso quando o ponto foi sem nó!

Sem literatura a vida seria um erro

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