sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nossas Reservas

Onde os sonhos se enceram,
e a esperança murcha e podre...
Cai!
Mais um fruto sobre a terra esturricada,
ao pé de uma árvore condenada
no final de uma estrada assombrada.
Confusos diante a rendição ao medo!
Assustados, temem um fim ou encruzilhadas.

O Sol desaparece,
A brisa para
O tempo fecha...
A noite invade o dia.
Raios e trovões aos milhares,
Os ventos são turbilhões.

Os sentidos das coisas são carregados
junto com alguns frutos caídos...
Tudo rola pelo chão, por quilômetros, por dimensões!

A terra molhada, o fruto absorvido!
Um fim para um novo início.
A confusão alimenta a esperança!
A árvore agora é vida, é linda!
Fortifica-se com suas perdas.
E os frutos podres são fontes
do florir de toda uma nova floresta.
Que engole a estrada, protege o solo
e mostra muito mais que um caminho!
Muito mais que um entendimento ou uma explicação!

Muda de Roupa

Quando me vestir com meu corpo
conseguirei dormir cercado de moscas?
Ao barulho dos carros de uma rua infernal?

Tento dormir tendo
que enfrentar tudo que quero.
Por passar o tempo todo correndo...
Correndo e me jogando atrás de meus sonhos...

Sonhos que custam até o preço do amor!
Poderei me entorpecer sem meus venenos?
Contudo o preço não pode ser coisa baixa.
Estou pagando para ir bem alto.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Batalha Dos Deuses

Na jaula de batalha
um ou nenhum deve sair!
Jaula de ossos nervos e carne.
Os gritos são de sangue, são suplicas,
arrependimentos e preces!
Imploram por dádivas eternas e por castigos também!
Amém?

A batalha corre sem pressa.
Os homens morrem, as mulheres secam,
crianças são condenadas, todos conformados!

Na pedra de ódio onde vidas são cunhadas
Amores morrem e a esperança peca...
Tudo pela velha e imaculada guerra!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Instituições Imaculadas.

Negam-se as religiões!
Pois já bebemos muito além do vinho.
Negam e adoram como se troca de roupa.
Tiram e vestem a mesma ou outras...
Pois nós ficamos nus!
Já desencanamos e
tomamos bem do meio do nosso cu.

Fodidos pelo completo vazio suicida,
um cheiro de morte!
Violentados na suruba dos deuses...
Reféns da Igreja, das ciências,
de todo o engano de nossas certezas,
de toda calúnia de nossas crenças!
Os remédios, os venenos,
hóstias mágicas dos laboratórios:
os patrões dos analistas...
A repressão pós-ditatorial.

Já sonhei com infernos e temi paraísos!
Masturbei-me escondido dos santos,
cobria a imagem da virgem...
Tive vergonha do desejo.
Temi meus instintos!
Temi a natureza e seus ventos,
suas correntezas.
Trai o mundo para esperar isso ou aquilo.

Sem santos ou pecadores.
Sem medida para a normalidade,
Sem medida para a loucura...
Vivemos em tantas alturas.

Serve-se hoje um cálice de indiferença.
No banquete onde degustam carteiras,
cabeças, coração e almas...

Todos beberam e comeram:
Todos pediram e se lamentaram,
estavam bem vestidos...
No altar um homem pálido fantasiado de pop star sarado...
A missa animada! Seu sermão é doce...
Tão quanto os milênios de culpa!

Todos estavam com a roupa de domingo!
A poesia é recitada: a digestão é difícil, muitos vomitam.
Alguns as seco, engolem!
Vejo amigos! Eles digerem,
alimentam-se, me satisfazem!

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