sábado, 31 de dezembro de 2011

À Comunhão da Fé

Não quero ser compreendido
Nunca quis, e se um dia o for: mudarei!
Minha alma está morta,
Morreu por nunca ter nascido.
Não acredito em anjos ou nestes tais caídos,
Pois para mim eles nunca voaram
De meu universo estão todos abstraídos
Engolidos, digeridos e cagados.

Não posso ser um mero filho banido ou renegado
Pois já sei que todos os pais foram inventados
Não tenho saco para ser mais um dos arrependidos
E eu não odeio, temo ou amo Este ou Aquele
Pois Eles sempre foram um,
Sempre foram o mesmo e nenhum

Diante do julgamento dos temerosos,
Sob as injúrias de qualquer crente,
Estaria eu condenado a um inferno
E banido de uma existência ascendente

Mas sou parte de um todo ou de um nada
Nem acima, nem a baixo, nem pra trás nem pra frente
Não estou nos contos da verdade e nem nas leis dos que mentem
Para mim, só o nada é capaz de explicar tudo, que não só eu,
Mas que todos experimentam e sentem...

Sim, sim, o meu nada é seu Deus
E sua fé é minha fraqueza
E teu medo é minha força
Pois eu sou tudo aquilo que penso.
Tudo aquilo que não compreende...

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A Dama Ornamental


Você fechou a porta
E eu passei pelo buraco da fechadura.
Engoli você inteira
Uivei sobre sua pele nua,
Desbravei suas entranhas
Ao delírio de seu prazer!

Escutamos nossos segredos,
Desenhamos nossos planos.
Fizemos amizade com o medo,
Apenas uma das escolhas estranhas!
E gozamos, muito e tanto,
Até exaurir nossas almas insanas.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

A ÁRVORE DA PEDRA

E quem disse que não existem locais místicos?
Quem disse que não há pontos mágicos?
Foram tantas histórias em baixo dela...
Ela sempre tão linda e tão bela!
Uma enorme flor nascida entre as pedras.

Abençoada por gerações cantando e se amando,
Todos curtindo e delirando!
Além da hipocrisia do desprezo da magia,
Para além da moralidade vazia e
Sob o mais lindo bailado solar da cidade
Foram milhões de gritos de amor e amizade,
Tudo em baixo dela!

A nossa bela já era!
Repousa quieta sobre as pedras.
Não cantará com a gente e nem com vento
Mas suas músicas são eternas,
Sim! Mais que o próprio tempo.

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terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Doce Mar

Quando os olhares nos precedem,
Perco-me no desejo da vontade.
Quando as escolhas nos pedem,
Antes de um tempo para a saudade.

E já te vejo como uma miragem
Que traz sentido para meu vazio,
Que afoga minha sede após eras de frio.
Sim! Estou à deriva neste lindo desafio!

Nos dias que nos demos,
Nunca antecipados e nem tardios.
No mais belo presente com laços de suor
Coroados com suspiros de arrepios,
Cultivo todas as esperanças...
Para o vôo desse tempo onde não nos vemos.

Ao alvorecer de suas grandes mudanças
Quando seus olhos me puxam,
Engolem-me e me lançam!
Entre nossas promessas
E minhas doces lembranças...

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Inspiração

Um dia quis escrever sem sua presença
Senti a vigem com uma função tensa...
E gritei por ela, mas foi em vão

O vazio de sua ausência, tão
Cheio de nada
Como um astro consagrado,
Um produto sendo sugado...

Sem vê-la, ao invés de me conter
Gritei entre as linhas e também entrelinhas
De minhas sujas e podres rimas
Venha bem dita, venha maldita
Sé venha, tenho que cumprir...
E não deve ser como uma sina.

E a vi, tão doce quanto o amargo que alucina
Pois mais se aprende do que se ensina
Ela se conquista e nunca ninguém a domina...
Pois quando se tenta, ela se termina.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O Pior Roubo é o Esquecimento

Bafo elo animal
Exala sarcasmos,
É desprezado por todos os seus pais
Por tudo que é humano
Pois é filho renegado da graça de ser o divino.
Sim, renegado de todo o bendito e mais:
de tudo que é maldito!
Sim, renegado de todo o profano.
Ignorado pelos insanos e pelos coerentes,
É um deus sem o espírito mundano!
Como a maré sem suas correntes...

Ele descansa secreto como
farelos jogados em baixo do pano..
Onde se serve um novo pão,
com o mesmo sabor que sempre ruminamos.
O que dizer aos deuses esquecidos?
Aqueles renegados e substituídos,

De seus reinados sobraram apenas
Tudo que sempre foram...
Apenas bons mitos!

Nós, a Sós.

A dois passos do adeus, 
Os que eram meus, os que eram seus.
Aquilo que foi nosso...
Mas, agora,
Só vejo o que não posso.

Não peço para não ir embora,
Já vejo a vida como eterna partida!
Tão quanto, também, é partilha,
No entanto,
nos limitamos às horas.

Ela quis saber o que iríamos fazer e
Silêncio... Foi tudo que pude gritar...
Não havia pra onde correr,
Não havia pra onde ir.
Contudo,
Sem os motivos para chorar...
...
Nunca poderíamos sorrir!


Pra Rir

Dizem que para quem tem tudo que quer, é fácil sorrir.
Mas só consegue “tudo” quem traz um sorriso no rosto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Agasalho de Verão

A chuva canta na rua
Seca, fria e crua
Gotas na cabeça
Todas as suas queixas
Todas as preces
É tudo que se dá
É tudo que você mercê

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Sua Poesia

Caminho aberto
Vulgar como o destino da liberdade.
Alerta como um soldadinho marrom
Sendo engolido pelas regras,
Vestido de medo e esperança.
Marchando para lugar algum
Como um grande vídeo-game,
Um remédio para nossa solidão criativa.
Como se todos nós fossemos especiais
Mas todos estamos limitados, sempre...
Aos nossos iguais.

domingo, 27 de novembro de 2011

Apenas Querer

Sempre dizendo que não tem tempo
Todos os dias trazendo desculpas
Interpretadas diante do espelho

Com esculturas talhadas no vento
E telas em molduras ocultas
Como alguém que nunca seguiu o coelho

Separação

O que você fez com todo o amor?
Com todo aquele fogo que era nosso.
Que nos acendia e agora apenas arde...

Não posso entender,
Fui sincero, até em minhas mentiras,
Tentei dizer...
E disse de muitas maneiras
Mas em tudo que eu dizia
Você defendia como besteira

Você preferiu não entender
Preferiu me ver sem enxergar...
Deixou de gozar e nos enganou.

Não quis saber de portas
E nem de percepções
E agora, como sempre foi...
Culpamo-nos bem lá no fundo
Bem lá onde o amor foi ilusão.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Carta em Branco

Quando tudo se quer
Qualquer coisa nos possui

Quando tudo tiver...
Será mais um que tudo que rui

Como um império que induz
Para se querer um novo profano
E mais um outro novo puro

Seria como seguir o caminho para a Luz
De alguém que nunca andou no escuro...

Quando não há mais amor

Eu queria saber todos os seus desejos,
Eu queria que você soubesse todos os meus

Precisava entender tudo que disse
Precisava que entendesse tudo que falo

De lugar nenhum para destino algum

Como um ônibus
Vazio e lotado de destinos
Do calor do Brasil
Aos infernos Andinos
Tão triste quanto o anil
Mais sério que mil
Que um milhão de sorrisos
Abrem-se para engolir lágrimas
Quando é mais fácil chorar
Quando é mais fácil reclamar
Mais fácil que sorrir
Mais simples que agradecer

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Oração para a Intolerância


ORAÇÃO PARA A INTOLERÂNCIA

Viva sempre no equilíbrio.
Viva toda vida na paz.
Seja um ser todo de amor

...

Assim, ignore tudo que se aprende caindo,
Esqueça tudo que se aprende lutando
e despeça-se do saber que suprime o ódio.

Os príncipes do infinito já deram seu sangue.
E por milênios... Calados o aguardamos.
Ouvindo homens em palcos de sonhos.
Recitando livros e livros dourados.
Em mais uma releitura para outro contemporâneo.
Vendendo sempre novos eternos.
Enfeitados de velhas doutrinas reconfortantes.

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Pateta


Os poetas não sabem amar
Ou é a natureza do amor que é desconhecida?

Quantos corações ainda serão partidos...
Quantas serão as partidas
Quantas vezes vão rachar, ainda o meu
O que fazer com tantos pedaços
Além de tecer palavras?
Além de tentar inspirar,
Contos que não contam o segredo de amar...

Quantos corações serão necessários
Para as rimas dos poetas?

Quantas poesias são necessárias
Para uma receita de amor?
Uma receita que sacie a intolerância
Que mate a incompreensão?

Uma refeição para saciar a arrogância.
A minha, a sua e a de todas elas

Uma refeição nossa...
Pra comermos juntos à mesa
Depois de consumirmos todos os nossos sonhos.

Lindos Imperfeitos


Nós nos escondemos em verdades
E nos acolhemos um no outro,
Nós nos encontramos naquela primavera
Bela e florida, de tempos esquecidos.

Nossos beijos, nossos corpos
Nossos desejos livres na confusão de toda a certeza.
Que recai como uma garoa de propósito.

É o doce sabor de um encontro ideal!
Tua pele, meus olhos, teus lábios, meus sonhos...

Tudo está perfeito, tão doce e tão superficial.
Tão distante do que pode ser real.
Tão belo quanto à loucura,
Tão nobre quanto à bravura.
Tão como uma grande duna...
Correndo entre os sete ventos
Mudando a todo tempo

Nós nos tornamos um só corpo
Num só movimento, na explosão do prazer
Na explicação do amor...

Uma mortal busca pela eternidade
Em momentos de absoluta certeza...
Em instantes para os nossos
Mais lindos monumentos
Edificados sobre as ruínas
Das nossas próprias sinas...

Filhas de toda a perfeição
Que congelou depois do inverno...
E se foi ainda no verão.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Códigos de Luz


Quando a vontade é
fazer todas as coisas
É quando faço nenhuma

Quando quero agradar a todos
Não agrado nem a mim mesmo

Preciso de algum tempo só
Pra estar bem junto de alguém

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

O presente do futuro

Parado no meio do movimento


Engolido pelas horas
Ignorando o tempo
Pois o sorriso agora chora
Já foi, quando fora carregado pelo vento
Mas o sonho em meu coração ainda mora

Ação parada, colisão cósmica
Lembranças invadem o pensamento
Lembranças do que ainda não aconteceu
Lembranças turvas de rostos que vejo pela primeira vez

O futuro é o nosso presente do agora...
Vindo do meio do panorama
Do centro do horizonte
Do ventre da arte.
A arte para se ver sem nomear
Sem modelar
A arte de deixar fluir...

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Abandonados

Um caminho...
Um labirinto

Um todo
Vazio

Tão tardio e tão frio
Como se nunca fosse tarde para o amanhecer

domingo, 18 de setembro de 2011

Um Pouco Antes do Verão

Um fim de vida em frente a TV
Na solidão
Não...
Nunca se engana o que há de ser
Até o apresentador tem que ver
De cá ou de lá ela virá



Eu nunca soube nada
Sobre as certezas que tenho

Depois estarei procurando
E procurando aquilo que se vai
Na confusão que nunca desdenho
Quando ela se foi?
Foi-se quando a tenho...

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

O Museu


Um cálice cheio de gritos
Entorpece todo o povo
Nas reinvenções dos mitos
Num sempre de novo
Para nossos queridos malditos

Afoga-nos em preces, pedidos e prestações.
Atraídos por novos bens empacotados e vendidos
Consumimos-nos em vitrines de ilusões
Olha o mundo de concreto abstraído

Olha pra um amanhã
De almas elétricas sobre o novo tombado
Ao tempo de visitarmos o museu do agora.

Canção Anti-rábica


Orvalho ácido
Sobre flores de vento
No canto do centro
No meio do canto
De um pássaro ávido.

Um objeto de ser
Que uiva na madrugada
Um homem de luxo
Usado por sua armadura.

A áurea pálida, enrugada
Alma reformada, vendida
Fé na eterna partida

E a vida se trata
Apenas como mera estada

Toda paz e beleza submetida
A megera visão de infernos ou paraísos...

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fonte ardente


A beira dos testes,
margeando os resultados.
Não se compara, e assim se deixa.
Ela é o convite: experimente...
Vivencie!

Assim cantava um sonhador:


Sem a finalidade de horror,
com a humildade e coragem
da força do vento dos sonhos

Assim ele cantava.
Ouvem-se cores
Tocam-se os sons
Renovam-se alucinações!
E sons de cores transam interpretações.

Como numa orquestra cheirosa...
Enfeitada por flores musicistas,
escritoras do impossível de pronunciar e
cantoras do que não dá pra escrever.

domingo, 12 de junho de 2011

Eis que Estou em Nenhum e em Todos os Lugares


Voltei até aqui,
Nesse beco sujo
E cheio de flores.
Sujo e cultivadas por mim.

Vim de onde já esqueci,
Quando nunca fui, mas
Eis que estou aqui!

Num lugar que
Pode ser qualquer um...
Pode ser todos
E até nenhum, contudo,
Agora estou aqui!

Fui não sei onde,
Vou não sei quando.

Quanto dos restos me resta?
Quanto de nada tenho?
Quanto das sobras são minhas?
Quando de tudo se pode ter?
Qual a decisão?

O que pensar
Sobre o grito da alma?
O que gritar com a alma?
Ela não vai parar de gritar,
Essa vadia nunca vai se calar:

Qual o rumo onde não há espaço?
Quando? Se o tempo não pode ser marcado...


quarta-feira, 11 de maio de 2011

Jimi Hendrix

Porque o presente parece tão antigo.
Antigos feitos do futuro... Tão impecável...

Está sobre a onda de novidades


Tão velhas quanto às garras da moral!
Para entender basta ligar na rádio da cidade
Novidades para as necessidades do capital:
O bem maligno, o vício insuperável!

Sons velhos, eternos, antigos...
Tão mais novos e pesados e macios...
Entorpecidos tão quanto sadios,
Pura doce hera do experimentalismo!

quinta-feira, 31 de março de 2011

Folia de Março

Era fevereiro...
O mesmo fim do que não tivemos.

Gritos ecoam embriagados,
futilidade idolatrada

com distorções na cabeça...
Solos em pensamentos.
O corpo é o

movimento
Para lá, não fica mais aqui.
Não quer mais ser assim.
Quer ser agora: “se livra-se”!

"Se livra-se”, “se livra-se”, “se livra-se”.
Foge das regras, quer que “se viva-se”!

Manter certa distancia do medo dos fracos
Ver-se no espelho e reconhecer o animal,
a espécie de macaco.
entre os que usam ternos...
e se sentem máquinas.

Fim de Rua Nova.

Ao fim de uma nova rua sem saída.
Ande nas raízes, escolha sua árvore.
Observe a cidade,
fale dela para ela.
Esqueça a explicação...
Lembre-se do amor!

Não se perca no dualismo da paz
o continuo não meia e nem finda.
Fez nada, é todo...
Todo parte junto à tudo.

Os Amantes da Dor

Pálidos bardos belos e sedutores...
sob o manto da revolta,
com as gritos de vingança;
gêmeos dos homens:
pagam com seu sexo a eternidade
no paraíso.

Promoção de Vícios

Pago por meus venenos
E ainda por preços outros
Levo da vida o que penso

Todas as possibilidades para morte
Todas reduzidas a verdades
Leve e vivo as curiosidades
Busco ao Sol sombras,
à sombra busco enxergar minha solidão

Caindo no desfiladeiro
Para desbaratinar o cheiro ascendo um “paeiro”
A cerveja noutra mão,
comprada no buteco no alto da queda,
tinha AMBEV e nenhuma outra opção.
Basta destes contratos baixeiros.
Mas afinal, quem não fuma,
quem não bebe?

A última gota de sangue de úteros antes férteis afoga o nascimento e seca a sede.

Lembrete do Inferno

Líquida cor de sangue seco.
Ao som do nascimento da morte
recebo um beijo doce,
um beijo na porta da casa do cão,
um beijo de boa sorte...

Ela tinha um único desejo e foi vão!
Foi entorpecido de gracejos
para ser um mero feliz,
e ela uma eterna atriz
que vive de sucessos esquecidos.

Esqueço o que ainda vou aprender

Deitado sobre os pés
Desato os nós dos dedos
Aprecio doses de medos
Imagino sentidos da fé

Quem busca uma realidade perfeita não enxerga a beleza de um defeito.

Os gritos... Os escuto aqui de cima

Escondido de todos,
Exceto de desencantos
Pois estão todos aqui junto comigo
Sem sombras refugiados nesse canto.

Artista Maior

Entre os meus... Os nossos, os seus...
Maior das artistas, a musa!
Grande mártir, senhora do desconhecido.

Ela faz poesias para outros dias,
Dias de surpresas esboçadas.
Tempos não vividos.
Ela se mostra,
veste as mãos como luvas...
É a resposta,
Pode ser um erro.
Talvez um acerto...
Um novo mistério
Ela é a vida, viva! Viva! Viva!


Se “livra-se”, “se livra-se”, “se livra-se”.
Foge ás regras, quer que “se viva-se”!

Manter certa distancia do medo dos fracos
Se ver no espelho e reconhecer o animal,
a espécie de macaco.
entre os que usam ternos...
e se sentem máquinas.

Mero ideal de idéia

A originalidade, funcionalidade e força das idéias! Eis algo que realmente diferencia a humanidade entre si. Em qualquer atmosfera da percepção humana, as idéias são como chaves para as mais variadas trancas de inúmeras portas. Elas presenteiam os autores com a coexistência social irrompendo o tempo da carne e da alma, traz de volta do passado o futuro. Quanto mais original, maiores serão as barreira para execução. Fato decorrente do vício na estabilidade proporcionada por idéias arcaicas ou ultrapassadas. É certo que as novas idéias são inter-dependentes, contudo a maioria não enxerga a porção das novas idéias nas idéias cultuadas, invariáveis e inflexíveis. E ao mesmo tempo não enxergam o inverso.

Ao contrário do que a mesma maioria é levada a pensar, são justamente os autores das idéias ultrapassadas, os primeiros a abrir a percepção diante as novas, mesmo que contrárias. Pois são as inspirações para as próximas.

Domesticados

Ao anoitecer da manhã
A garotinha sai para caçar assassinos
Vai armada de amor e todo dia os abatia...
Humilhados compartilhavam sua febre,
pensavam apenas em amor!
Agiam sempre por ele.
e matavam para amar...

Pensei em escrever... Não encontrando papel ou caneta esqueci tudo no meio das palavras.

sexta-feira, 25 de março de 2011

Dias Simulados

Datas esperadas,
tantas, por tantos.

Rituais celebrados à
crenças soldados. Remendos
costurados com submissão adaptada
à vida já esquecida.

Pois o mistério é imaculado
e está há milênios prometido.
O mais do mesmo é reformulado...
Os erros revendidos.

quinta-feira, 24 de março de 2011

Garoa de Chumbo

Cale-se em seu canto.
Retenha seu encanto.
Coloque-o em um cofre.
E o atire pela janela.
Do mais alto prédio...
Em cima da própria cabeça.

Luz... Ação!

Redemoinho de incertezas;
ventos de esperanças irrompem o tempo
com a energia do possível.

Gerando novos desenhos de imagens
Num filme sem roteiros ou cenários,
sem diretores
câmeras e atores!
Sem público...


nós
mesmos.

Massificados

Para os futuros ou contemporâneos
uma carta de futilidades,

um programa dominical...

ridicularizadas
ridicularizam
com a moda
de um agora
já ultrapassado
com valores
superados

O cara de santo safado
Exibe sucessos repetidos
Num novo não inovado
Um mesmo copiado...

Mudança na Chuva

Estar só junto à alguém, num
deliro em sonhos para o despertar,
ao tempo de se deixar sentir.

É sem nome, sem definição...
No esquecimento do atribuir.
Na dimensão além da compreensão
Com a verdade do sentir,
na liberdade da razão
sob a prisão de um entendimento:
o fim da dúvida em meio à confusão.

Após o Carnaval

A chuva leva o passado.
Carrega-o num ritmo inacabado.

Toda água desce pela cidade,
toda sobre o nosso teto.
Como as agressões da serenidade.

O desejo consumido no dia novo,
escondido no ruído da cegueira,
até o desespero do final de domingo...

Ao fim da festa..
De ressaca se pede perdão.
O pó agora é escuro e está na testa
Daqueles arrependidos da diversão.

Mas o tempo também é crença,
e pode ser desassimilado.

Mais um ano começa,
continua.
Foi-se vindo, veio ido e todo marcado!
Vai-se vindo continuado!
Inventado.

É, talvez pode ser...
Talvez está parado...

Poesias

Melodias ao amanhecer
Mensagens para o futuro

segunda-feira, 7 de março de 2011

Parar de Pensar.

Porra! Afinal, até onde vai a compreensão?
Será possível parar?
Será possível querer parar...

Navego pelas ruas vendo muitos rostos,
flutuando entre as idades, fundindo-me em expressões.
Passos operários,
pensamentos de salário
misturados na multidão solitária!

Rostos jovens enfeitando seres deslumbrados.
Feições vividas concedendo realidade à vida.
Todos são ecos, ecos... Ecos... São reflexos...
São complexos e desconexos...

E no fim, assim como no começo, somos
tão sós quanto a multidão! Porém,
estamos além da certeza
e além da própria contradição.

Parabéns Cidade!

Parabéns Cidade!
Ela cresce e cresce, mais e mais.
Ela aumenta e quem mede?
E quem se importa?
Quem é capaz de enxergar?
Quem quer olhar?

Crescem as filas, crescem:
os doentes mais esquecidos,
as crianças nas esquinas.
Cresce o descaso com a vida!
Crescem os preconceitos:
as mais fedidas das feridas!

Bairro chique e segregado.
Barro para o povo que reclama calado,
que grita alienado.
Escolas para subempregos,
adestramento para os subordinados,
gritos para um futuro desempregado.

Licitações em prateleiras:
mercadorias, contrabando, valiosas especiarias;
É o tráfico em gabinetes, câmaras e tribunais,
São todos Poderes de ilusões convencionadas
que regem o enfeite de toda a narquia.

E o crescimento vem de empreitada,
a natureza é estuprada e
ao amanhecer bacias de concreto abrigarão povoados.
Vamos! Olhe para o futuro! Pensar não é loucura!
Olhe da próxima vez que sair à rua.
Olhe ao redor: os horizontes são os oráculos.
Preparemos nossos barcos...

A cidade cresce, cresce e cresce...
Todo dia a cadeia está mais cheia e
as amizades mais vazias!
A paz sempre mais perdida,
absurdos mais escancarados,
abusos de rotina...
Mais e mais as famílias comunicam!
Estão penteados, bem vestidos, maquiados,
esticados, pálidos e gelados...
Rodeados por lágrimas dos queridos.

Enquanto a impunidade é vendida
na esquina onde se perde a vida.
Enquanto a impunidade é mimada
nos braços frios e de pedra da pobre cega!

Toda a cidade será mais violenta...
Toda a fome mais sedenta.
As indiferenças serão mais intensas.
E a inspiração mais rebelde,
sarcástica e sombria!

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Nossas Reservas

Onde os sonhos se enceram,
e a esperança murcha e podre...
Cai!
Mais um fruto sobre a terra esturricada,
ao pé de uma árvore condenada
no final de uma estrada assombrada.
Confusos diante a rendição ao medo!
Assustados, temem um fim ou encruzilhadas.

O Sol desaparece,
A brisa para
O tempo fecha...
A noite invade o dia.
Raios e trovões aos milhares,
Os ventos são turbilhões.

Os sentidos das coisas são carregados
junto com alguns frutos caídos...
Tudo rola pelo chão, por quilômetros, por dimensões!

A terra molhada, o fruto absorvido!
Um fim para um novo início.
A confusão alimenta a esperança!
A árvore agora é vida, é linda!
Fortifica-se com suas perdas.
E os frutos podres são fontes
do florir de toda uma nova floresta.
Que engole a estrada, protege o solo
e mostra muito mais que um caminho!
Muito mais que um entendimento ou uma explicação!

Muda de Roupa

Quando me vestir com meu corpo
conseguirei dormir cercado de moscas?
Ao barulho dos carros de uma rua infernal?

Tento dormir tendo
que enfrentar tudo que quero.
Por passar o tempo todo correndo...
Correndo e me jogando atrás de meus sonhos...

Sonhos que custam até o preço do amor!
Poderei me entorpecer sem meus venenos?
Contudo o preço não pode ser coisa baixa.
Estou pagando para ir bem alto.

quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Batalha Dos Deuses

Na jaula de batalha
um ou nenhum deve sair!
Jaula de ossos nervos e carne.
Os gritos são de sangue, são suplicas,
arrependimentos e preces!
Imploram por dádivas eternas e por castigos também!
Amém?

A batalha corre sem pressa.
Os homens morrem, as mulheres secam,
crianças são condenadas, todos conformados!

Na pedra de ódio onde vidas são cunhadas
Amores morrem e a esperança peca...
Tudo pela velha e imaculada guerra!

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Instituições Imaculadas.

Negam-se as religiões!
Pois já bebemos muito além do vinho.
Negam e adoram como se troca de roupa.
Tiram e vestem a mesma ou outras...
Pois nós ficamos nus!
Já desencanamos e
tomamos bem do meio do nosso cu.

Fodidos pelo completo vazio suicida,
um cheiro de morte!
Violentados na suruba dos deuses...
Reféns da Igreja, das ciências,
de todo o engano de nossas certezas,
de toda calúnia de nossas crenças!
Os remédios, os venenos,
hóstias mágicas dos laboratórios:
os patrões dos analistas...
A repressão pós-ditatorial.

Já sonhei com infernos e temi paraísos!
Masturbei-me escondido dos santos,
cobria a imagem da virgem...
Tive vergonha do desejo.
Temi meus instintos!
Temi a natureza e seus ventos,
suas correntezas.
Trai o mundo para esperar isso ou aquilo.

Sem santos ou pecadores.
Sem medida para a normalidade,
Sem medida para a loucura...
Vivemos em tantas alturas.

Serve-se hoje um cálice de indiferença.
No banquete onde degustam carteiras,
cabeças, coração e almas...

Todos beberam e comeram:
Todos pediram e se lamentaram,
estavam bem vestidos...
No altar um homem pálido fantasiado de pop star sarado...
A missa animada! Seu sermão é doce...
Tão quanto os milênios de culpa!

Todos estavam com a roupa de domingo!
A poesia é recitada: a digestão é difícil, muitos vomitam.
Alguns as seco, engolem!
Vejo amigos! Eles digerem,
alimentam-se, me satisfazem!

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Run, Run, Run!

Não,
não
somos aquilo que o mundo esperava meu amor!
Não queremos ou pouco nos lixamos!
Recusamos-nos, nós enfrentamos...
Queremos ser nós mesmos!

Vamos juntos... Sem medos, sem sustos,
Com a mascara de descaso
Protegendo nossos sorrisos sensíveis

Vamos cuspir, vamos vomitar!
Navegamos incertos e contra todos os ventos!
Alimentando-nos de nossos tormentos!
Bebemos nossos lamentos!
Vamos, vamos!
Com nosso prazer sem preço!
Com nosso preço de dor...
Com nossa rebeldia sem rancor!
Com nossa compreensão do amor!
Vamos! Vamos meu amor!
Rumo ao que flui!

Todos eles são apenas maus...
E nós os amamos como não podem suportar!
Como não podem compreender.
Vamos! Vamos meu amor! Vamos rumo ao nada
Ao nada que nos preenche!
Que nos leva a viver tudo novamente...
Como renascer ou se lembrar do futuro.

Temos tudo que nos aproxima,
que nos chama e nos inflama,
Não sejamos indecentes, não nos daremos ao luxo!
Não ao luxo de nos enquadrar,
pois assim estará perdido nosso brilho!
Aquele obscuro como o sorriso da noite...

Stranger, we are stranger my sweet baby! Stranger!
Somos mais e tão quanto todos e nenhum.
Somos e nos vemos!
Renegar, enfrentar, denegrir e insultar
para repousarmos protegidos.
Armados com nossa expressão,
lutando contra o vazio que nos cerca!



Já estava assim quando chegamos!
Mas não nos calamos!
E o amor poluído por obrigação
ronda os entes queridos
e sitiam todas as nossas cidades!
Seremos nós os loucos?
Os poetas?
Seremos nós, realmente, os malditos?

Estamos protegidos entre nós e por nossos amigos!
Pelos que inspiramos!

Zil

Numa casa sem teto,
Transa-se no tempo
Num tempo de Sol, de chuva e de Lua.

Quando frio, nos aquecemos.
No calor nos entregamos e
em nós podemos nos deixar...

Mas a cama molhou...
Está encharcada, fede!
as paredes se tornam desnecessárias
Foi tudo confusão?

sábado, 15 de janeiro de 2011

Lindos

(Charmosos, na rua o gozo de noites rock´n´roll...)

Nos olhos vidrados vendo passar o passado parado,
viver a continuidade do inacabado.
Viver o agora que deve ser vivido
Um amor para ser contemplado
O encontro, ou reencontro...
Ou talvez: nunca nos deixamos!

A gente encena, temos tempo.
Vivemos!
Temos personagens,
somos nossos atores,
Somos os diretores!
Temos a imagem de nossos desejos.
A resposta sem palavras para nossos anseios.

Vivemos o tempo...
O tempo corre da gente e respiramos.
E corremos junto ao tempo.
É nosso tempo! Sim, sim, nós vamos!
Vamos e foda-se se contra todos os ventos.


___________________________em parceria com Liz

Nós

Como se tivéssemos achado um lugar!
Como se nós tivéssemos um lugar!

Como se fosse preciso pensar para existir...
Não, não é preciso pensar para sentir.
Não quero entender, mato quem explicar!

Perdemos-nos em nossas almas...
Entre psicodélicos olhares
com toda euforia da calma,
com toda guerra da paz...

Como um agora já vivido
onde se imaginam os destinos.
Somos nosso lugar,
somos onde devemos estar!
Não quero entender,
vamos viver!
Chega de tentar explicar.

Sial

Abri as cortinas para seu show:
o show de tudo aquilo que não quero!
Ela vem cheia de vontade e desejos.
Parti-me, me divide...
Veio-a sedenta, ela é sedenta por desejos.
Desejos conturbados, não compreendidos!
Sufocados em baixo dos meus abismos.

Ela é descarada e tranqüila...
Ela entrou pela porta da frente!
Fez de tapete minhas virtudes,
enalteceu meus defeitos e
bateu a porta na saída!

Então vá, suma de minha vida!
Vá minha querida.
Que me corrói e me inspira!
Vá vadia!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

Bom Dia Lua

Despertei e vesti minha roupa manchada de sonhos,
olhei o mundo com o que
sobrou em
minhas
veias.

Com sede de aproveitar melhor tudo
que carrego no corpo e alma.
Tudo que não agüenta dentro de mim
e deixo explodir,
como a vontade de acreditar!
Como a nescessidade de sentir!

Degustar as doses.
Pois aos excessos...
Já excedi e re-excedi!
Não quero definir medidas.
Mas não deixo dúvidas caladas
na gaveta de um móvel velho
e abandonado.

sem título 5

Antes dos significados,
de todos os signos,
antes dos mais antigos mitos.
Antes do certo e do errado,
antes mesmo das idéias e noções

Pois agora voamos acima do passado.
Vestidos de suas assas.
Inventando novos rumos...

Pois antes, antes de antes do nascer do Sol.
Antes do Sol ser Deus...
Quando tudo ainda o é...
Como sempre vive mudando
Indiferente do que
se explica
ou do que
se vê.

Industrialização Cultural

Nas taças ignóbeis:
destilados de ignorância!
É o banquete na festa dos porcos,
no chiqueiro dos homens...
É a pobreza da mesmice,
a infâmia da redundância.

Ditaram os passos e limitaram a dança.
Escolheram as drogas e cercaram as percepções!
Estipularam os heróis e os bandidos,
e os ritmos mais consumidos...

Restringem as criações!
Paixões empacotadas,
descartáveis e poluentes
como amores que podem ser suprimidos.

É tudo que tem nos dado: essa fabrica
do fácil de ser assimilado...
Do fácil de ser digerido!
Do fácil de vomitar!
do fácil de cuspir!

Um Lindo Embrulho!

Enfeite seus defeitos para se sufocar entre papeis e laços luminosos lendo um cartão de frases feitas...

Alguma Hora de Uma Noite Qualquer

Escrevi, estava confuso demais para dormir.
Não podia ver o tempo...
Era tempo de não vê-lo!
Preciso acordar, mas é preciso dormir?
E o tempo transforma as insônias.
Serão, ao amanhecer, ornamentos de simplicidade.
Inspirações para as buscas, catacumbas para o medo.
Sinto sono! A caneta encerra sua dança sob a luz da vela.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

Ser de Seu Tempo!

Imagine uma energia caos harmônica e interativa que reage de acordo com cada tempo, viva o seu tempo e imagine. Olhe atrás dos antigos pilares das contestações, dentro do abismo que engole todas as verdades e seguranças. Procure em crenças já assimiladas, em poesias descartadas, nos ritmos ignorados ou em livros subestimados, e olhe em tudo que não foi condenado. Procure pela energia capaz de florir todas nossas perguntas num jardim de espinhos que protege e enfeita o nosso lar.

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