Um homem escorado em muletas se equilibrava no circular enquanto um jovem todo descolado e cheio de posses estava sentado na poltrona reservada para deficientes e idosos. Depois de se conter por alguns minutos, um senhor, que também se equilibrava espremido entre os demais passageiros, disse em tom firme:
_Jovem, tu és um desairoso malogrado! Não é? Sua exiguidade só traz quiproquós. Você não deve passar de um coadjutor aplacado, limitando-se em uma realidade maçada. Por certo, você é um tipo que ostenta a cognição sem qualquer preocupação com a argúcia.
Como o jovem não entendeu a grande maioria das palavras, continuou sentado com a boca aberta, olhando distraído para seu celular multicolorido.
_ Olá, sim, é com você mesmo que eu estou falando meu jovem. Você mesmo que já ostenta esse sorrisinho turvo, coisa de gente que vive a solde de alguém. Típico da carência de propósito do seu princípio.
O jovem agora olha para o senhor, mas continua de boca aberta enquanto só consegue entender os seus próprios pensamentos, e talvez nem chegou a isso.
_Meu caro rapaz, certamente você nunca se deixou às peripécias e crê no sentido da placidez sem o remate sepulcral. Sim falo com você seu reativo incapaz de lobrigar, preferindo pretextar descansado por qualquer desenlace.
O interlocutor permanece olhando, quieto e com a boca aberta, contenta-se apenas em entender apenas as palavras que ele conhecia, ou nem isso.
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