quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Nunca desacredite da capacidade de uma anciã: minha avó, D. Alda Prado, de 91 anos, depois de ter suas antigas habilidades de professora questionadas por sua filha (minha mãe), retirou uma das folhas para rascunhos do meio de seu “caderninho de receitas”, apanhou seu clássico lápis Nº 2 (usado para “tomar apontamentos”) e rapidamente desenhou o mapa do Brasil com as divisões estaduais olhando apenas para suas memórias.

Sua mão, ainda que sem a prática de outrora, deslizou sobre o papel com agilidade e precisão, revelando cada canto do nosso grande e esfoliado país e, ao mesmo tempo, o orgulho que minha avó tem da profissão à qual dedicou sua vida.

Mesmo tendo cometido alguns pequenos deslizes, “vó Alda” provou saber mais que muitos jovens e adultos, inclusive mais que muitos dos professores da atualidade sobre geografia nacional, deixando um pequeno e sincero exemplo não só de vitalidade, mas também de como o ensino público foi muito melhor no Brasil antes dos mais de vinte anos de terror cultivados pela Ditadura Militar.

Sinceramente eu não dou conta de fazer tal desenho à mão livre, muito menos consultando apenas minha memória. Mas e você, sinceramente, daria conta?



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